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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os três foliões

Vários dias perrengosos depois tive 24 horas de descanso da função materna. Voltei revigorada e melhorei da chatice mal humorada que me consumia. As crianças responderam à altura. Almoçamos e tiramos soneca simultaneamente (!!!). No final da tarde de domingo fomos, nós três, para Santa Teresa pular Carnaval.

O bloco passava pela Praça Duque de Caxias quando chegamos. João no carrinho e Bebel, muito interessada, de mãosdadas comigo. O batidum empolgou nós três.  Encontrei uma amiga de marinheira e ficamos batendo papo. Bebel me puxou para seguirmos a marcha. Logo minha filha, que é meio fresca com multidões e de uma maneira geral. João acompanhava o ritmo com o corpo inteiro. Ficamos no final do bloco, Bebel puxando o grupo para a muvuca. Começou a chover 1 quarteirão depois e entramos debaixo de uma marquise. Apesar das pessoas me olharem com recriminação por eu estar lá com 2 crianças, meus filhos e  eu queríamos seguir, na chuva mesmo. Bebel ficava: vamos, vamos, vamos e  João dando tchau para os outros covardes debaixo da marquise. E lá fomos nós, no chove chuva.

Melhor impossível! As pessoas  ajudavam com o carrinho no sobe e desce do meio fio.  A chuva apaziguou os espíritos e lá estávamos nós, 3 foliões pulando carnaval.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Manhêêê!!!!!!

Sou mãe solteira, dona do meu próprio nariz, com todas as dores e delícias que isso implica. Hoje furou o pneu e eu não tinha renovado o seguro para investir em coisas mais urgentes, como fraldas. O estepe estava furado, porque sou inteligente, mas não o suficiente para ter comprado outro.


Pensando nas alternativas, instintivamente dei uma olhada na agenda telefônica, nos amigos que vivem convidando para sair. O ideal mítico era que, em poucos minutos, um homem forte, lindo e apaixonado chegasse com outro pneu e trocasse o furado, cuidando para que eu não sujasse as minhas unhas vermelhas. Ri de mim mesma. E fiz o que me pareceu o mais certo, chamei mamãe. Ela veio com o borracheiro e ainda me deu pneus novos de presente.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os terríveis 2 anos

Quando ouvi falar nos "terríveis 2 anos" não acreditei: "Sabe essa bebezinha doce e tranquila que adora tudo o que vc faz? Espera ela fazer 2 anos". "Comigo não", iludi-me.

Começa aos poucos. Bebel não quer tal roupa, fazer tal coisa, comer, guardar, desligar, tomar banho, sair do banho, dormir, entrar no carro, sair do carro, calçar sapato, pentear cabelo, ficar de pé e não deitada no chão no meio do shopping.... A vida vira um inferno. Dá-lhe gritaria, choradeira, pitis homéricos. À menor contrariedade, bebel berrava, esperneava de parecer que estava tomando aquela surra. Às vezes esquecia o motivo, às vezes nem tinha motivo, mas a gritaria era como se tivesse. Gritos, suor e lágrimas.

Os terríveis 2 anos acontecem quando a criança começa a buscar sua propria autonomia, a afirmar-se no mundo como uma pessoa diferente de seus cuidadores, impor-se e testar seus limites. Haja saco! Por outro lado, é hora de moldar uma pessoinha que sabe dialogar, controlar-se, ser independente. Hora de impor a autoridade, de preferência de uma maneira calma e ponderada.

Durante mais de ano, tive que insistir pacientemente (outras nem tanto) que nas coisas importantes era aquilo e pronto: não pode almoçar assistindo TV, acabou acabou, hora de dormir e pronto, vamos sair agora e ponto final, bagunçou tem que arrumar (nessa fui meio negligente porque haja paciência).

Fato é que milhares, milhões de pitis depois, a frequencia vem diminuindo e hoje, para a maioria dos comportamentos indesejáveis, o stress acabou, Ainda rola uma gritaria para, por exemplo, desligar a televisão, mas é mais para ver se o limite ainda está lá. Eu agora peço Bebel para ensinar o irmão que não adianta gritar, adianta conversar. Por hora, com ano e meio, ele dá os seus pitis mas como não recebe atenção por isso, rapidamente vai fazer outra coisa mais útil. Está aprendendo com a irmã.

Os terríveis 2 anos existem e são um inferno. Mas passam e ficam umas crianças bem bacanas.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reflexão Psicológica afetiva sobre os Cinco Patinhos da Xuxa



A música da Xuxa fala sobre 5 patinhos que vão passear e não voltam. Depois de muito drama, a mamãe pata vai procura-los e os encontra. A primeira vez que escutei, confesso que senti certo pânico: “será que os patinhos morreram?” e alívio quando eles são encontrados. A partir  da 100° vez que escutei a música, minha parte preferida é quando o CD acaba.

Impressionante é a emoção genuína que essa música desperta nas crianças. Bebel e João cantam  e fazem a coreografia no carro, no almoço, sozinhos. Na hora de maior desespero da mamãe pata, João imita a Xuxa que cobre os olhos e, com ano e meio, faz uma cara de sofrimento de dar dó. Bebel que já está mais descolada do que é historinha e do que é realidade, emociona-se também todas as vezes.

É a elaboração de um sentimento materno ancestral que eles captaram por empatia. Que a iminência da perda dos filhotes é o maior dor que uma mãe, pata ou não, pode experimentar. Os patinhos, muito sadiamente  querem voar além das montanhas, a mãe fica gritando qua qua qua qua e não os libera para viverem suas próprias aventuras. Eles se mandam  e nem tchuns. O drama é que eles não voltam nem dão notícias. Quando se vê sozinha, ela vai buscar os pestinhas e graças a Deus os encontra sãos e salvos. É a resolução de um conflito arquetípico. Que meus patinhos voem alto e longe, com responsabilidade,  sempre dêem notícias  e voltem sãos e salvos. Eu prometo não ficar gralhando quando eles resolverem viver suas proprias aventuras. Agora, se sumirem sem considerar as pessoas que se preocupam com eles, não vou ser gente boa como a mamãe pata que passado o alívio, não deu um corretivo nos  irresponsáveis.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bom de bico

João é um sedutor. Faz o errado e, pego no pulo, manda uns beijos muito estalados com uma cara muito marota.

E tem umas estratégias de defesa de irmão menor. Quando Bebel avança para pegar o brinquedo que está na mão dele, esconde nas costas, grita:" meu, meu, meu" e vem correndo atrás de mim para eu mediar o conflito.