Total de visualizações de página

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cama compartilhada

Não era adepta da cama compartilhada com filhos, mas depois que o pai das crianças saiu da minha cama, Bebel veio para ficar. Tudo bem, eu sei que é meio esquisito, mas é bom demais dormir abraçada com ela, ainda mais nesse frio. Essa noite, João estava, como de costume,  numa resmungação que não deixava ninguem dormir. Desesperada, levei ele para dormir com a gente. Ele ficou meio espantado quando chegou, mas gostou e ficou quietinho, dormindo logo em seguida, embolado na irmã e no edredon. Eu fiquei olhando os dois no escuro, com a sensação de que estava perto do que tem de mais importante no meu mundo, que Deus é bom e a felicidade existe.

sábado, 14 de maio de 2011

Mamaço e o olho de quem vê

                               
Peitos de fêmeas mamíferas servem para dar alimento aos bebês. Adultos, alguns primatas podemos até brincar com essa parte da nossa anatomia, mas é por hobby.

Meu apoio (tardio) para as 50 mães, que foram ao Itaú Cultural defender o aleitamento materno e a possibilidade das mulheres poderem amamentar em qualquer lugar. Bem, eu usava um paninho por cima, mas entendo o ponto de vista.

Amor, beleza,  indecência, erotismo, repugnância. O olho de quem vê é que dá o sentido para peitos de mulher, amamentando ou não.

Fêmea alimentando cria com o próprio leite, para mim, é amor.

Bom dia, mamãe! Acorde!

Depois de trabalhar até tarde, fui para Santa Teresa encontrar a turma de amigos. Eu não bebi, mas demorei. |Poucas horas depois que fui dormir, a casa despertou, crianças e minha ajudante. Ela dá café da manhã e tenta reduzir o nível de ruído. Hoje ela até tentou evitar, mas as 8 da manhã, os dois, virados para a porta do meu quarto, brincaram de tocar bateria.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

As quatro filhas da Bebel

João gosta de um dinossauro que ele leva, junto com o paninho,para todo lado.Numa mão vai o dinossauro e o pano vai enrolado no pescoço. Sobra uma mão para dar para o adulto.

Bebel tem suas 4 filhas, que ás vezes são também suas aluninhas. Todas tem nome e são daquelas bonecas enormes. Pior para mim, as 5 adoram passear juntas. Para alguns passeios, a filharada está liberada para ir. No dia que tem que escolher só uma ou nenhuma, já rola certo stress. E não pode jogar as bonecas no banco de trás. Elas tem que ir sentadinhas, "igual grandinhas". Não pode "esquecer" nenhuma no carro e  quando a mãe fica sobrecarregada, sou convidada a carregar minhas netinhas (ai ai ai).

Lembrei de mim, pouco mais velha que a bebel hoje, tentando convencer minha mãe a levar um ursinho para o supermercado. Depois que eu enchi o saco dela horrores, ela acabou deixando e falou que tinha que prestar atenção para não perder, estragar coisa e tal. Entrar no Jumbo ( pré-história do Extra) com o ursinho me deu um sentimento de responsabilidade que eu revivo hoje, entrando no supermercado com meus filhos. Para que proibir Bebel de sair com sua filharada?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Hiponga

Fui hoje na escola da Bebel falar da minha profissão, professora de adultos. As crianças, muito bem ensaiadas, deram  "bom dia!" e ficaram sentadinhas em círculo. Dei as informações básicas. A professora já tinha as perguntas preparadas: tem recreio? tem uniforme? Cantamos músicas e foi lindo!

Quando fui buscar a Bebel, perguntei:
-"Gostou?"
- "Gostei".
- "Do que vocêgostou mais?"
- "Que você sentou no chão"

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Educação de homens e mulheres no Séc XXI


Bebel e eu assistimos a essa propaganda pela primeira vez juntas. Eu achei a maior graça, ela me olhou espantada: "porque esse menino tem voz de menina?" e ainda completou: ;"é menino mesmo, não é?"

Well Bebel. É menina como nós duas.Esse jeitão é o que se espera de nós na rua e até em casa, mas não o tempo todo, muito pelo contrário. Antigamente, tipo no século passado, os papéis de homens e mulheres eram bem definidos. Homens podiam tudo e deveriam ser provedores machos. Mulheres podiam pouco e deveriam ser boas cuidadoras femininas. Quem era cinza ou colorido nesse preto-no-branco era pária social.

Duas ou três gerações atrás, as transformações nos papéis de homens e mulheres passaram a ser numa velocidade vertiginosa. Na sociedade ocidental, o lugar da mulher virou de ponta cabeça, para o alto e avante! Passamos a estudar mais, trabalhar mais, ter mais poder, mais dinheiro, menos filhos ficamos mais exigentes. Se ficamos mais felizes? Temos mais responsabilidades e também mais opções.

Sim, a propaganda é feminista no sentido de sinônimo de machista. Engraçada. Eu me vi na Marisa Orth. Quem não achou graça é um/a chato/a de galochas que não consegue rir nem de piada boa.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mamãe vai trabalhar

Eu adoro o meu trabalho. Ser professora é uma profissão que me escolheu e quando dei por mim, não saberia mais viver sem a energia de estar numa sala de aula.

Bebel não se convencia que eu dava aulas para adultos. Quando eu saía, seja dar aulas 5 horas distante de casa, seja para dar aulas á noite em vez de coloca-la para dormir, percebia que ela não entendia muito bem o que estava acontecendo, tipo: "lá vai mamãe de novo não me amar".

Uma tarde, a faculdade de BH marcou uma reunião fora do meu expediente e eu resolvi leva-la. A expectativa foi criada e alimentada: "vamos no trabalho da mamãe!". Lá, ela ficou impressionada com o tamanho do prédio e encantada com a biblioteca ( na minha escola tem uma também, mamãe!). Participou da reunião como uma mocinha comportada e atenta, um olho no desenho que fazia, um ouvido na conversa. A coordenadora geral da faculdade chegou de surpresa e elogiou a maturidade da minha filha (será que pensou mal do meu profissionalismo?).

A reunião acabou uns minutos antes do início das aulas e passamos na sala onde leciono. Algumas pessoas já haviam chegado e nos cumprimentaram: "são meus alunos adultos, filha".

Na escola dela, antes do início da aula, a professora passa a rotina do dia no quadro branco. A minha filha, a srta. metódica, adora esse momento. Quando viu o quadro branco da faculdade, ocupando uma parede inteira, ela exultou: "é aí que você faz a rotina, mamãe?". Cresci aos olhos delas, que deve ter relacionado minha competência profissional ao tamanho do espaço que tenho para escrever no quadro.

A experiência valeu! No dia seguinte, ganhei  dela um desenho de mim com longos cabelos e sapato de salto dando aula para adultos.