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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A árvore da vida


Fui assistir ao filme Arvore da Vida. Tinha lido que tratava de questões sobre a vida, família e outras profundidades. Percebi o tamanho da roubada que tinha colocado o ser amado quando ele escutou a gozação: “ Vai assistir filme do Brad Pitt. Há! Há! Há!”. Tentei consertar lembrando filmes como Clube da Luta, 12 macacos, mas não teve jeito. O que tenho a dizer sobre sua disponibilidade é que ele suportou tudo com estoicismo .

O filme é sobre a perda de um filho. Imagens oníricas, metafóricas e maravilhosas representam afetos e cognições de uma mãe e de um irmão. Eles relembram a infância e refletem sobre o sentido da vida, suas questões individuais e universais  e sobre as formas de lidar com as perdas. O amor materno, paterno, fraterno são representados com uma delicadeza que me fizeram chorar dos primeiros os últimos minutos. Mas chorar na modalidade escorrer nariz e soluçar. O filme colocou questões que me remeteram ao meu papel de mãe, filha, irmã e mulher. Fiquei os dias seguintes digerindo as metáforas, as frases, estabelecendo relações, pensando em como tratar o tema nas minhas aulas. Para quem gosta de filme cabeção, é uma obra prima, daquelas que a gente lembra por muito tempo.

Para quem não gosta, o filme é um saco. As pessoas começaram a sair do cinema com menos de 15 minutos de filme. Muitas reclamaram em voz alta. O ser amado, coitado, terminou o filme sem saber quem tinha morrido, de quê e porque  o filme não tinha diálogos. Quando viu a fila para entrar no cinema teve vontade de falar: “fujam! Fujam! O filme é chato demais!”

sábado, 13 de agosto de 2011

A avó perfeita


É uma mulher de pouco mais de 50 anos, forte e sábia.   Já criou os filhos, já aposentou e leva a vida dispondo a seu bel prazer do bem mais precioso do mundo, o tempo. Tem curso superior, dirige e não gosta de ficar parada. Junto com sua mãe, velhinha daquelas bonitas de ver, vão a cursos diversos, shopping, feiras, encontros sociais e culturais, quando não estão em casa, entretidas com seus hobbies.

A logística filhos-casa-trabalho da mãe dos netos prescinde dela, que pode ser avó só por prazer e nunca por obrigação. Mas ela deixa o celular sempre ligado, para qualquer eventualidade. Daí que quando a filha (biológica ou de coração)  liga: “ A babá ainda não veio. Preciso buscar as crianças na escola, deixa-las com a babá (se ela aparecer) e chegar no trabalho em 50 minutos. Levo as crianças para o trabalho?” Ela fala: “Vai tranqüila. Eu ajudo a cuidar das crianças”. Coisas de avó perfeita.

Fuzuê Matinal


Passei as crianças para o horário da tarde para poder dormir até mais tarde. Acordar 6:30 ou 8:00 horas faz toda a diferente no resto do dia. Ainda mais agora que os dois estão dormindo a noite toda.

Nos primeiros dias tentei terminar os planos de ensino das disciplinas novas, fazer o almoço e cuidar das crianças ao mesmo tempo. Desisti dos planos de ensino mas insisti no almoço e numa mínima organização da casa. Estressamos os três. Ontem resolvi ir pro clube logo depois de acordar. Chegamos em casa a tempo de fazer um arroz a grega. Nem doeu ir para a cozinha. A fome ajudou no tempero.

Tem dia que não dá para sair. Nessas horas, educar crianças é mais complicado. Num apartamento minúsculo, com uma mãe atarefada, deve ser meio chato para eles. O DVD tem importância no sentido  de imobiliza-las enquanto elas são limpas e a casa organizada em suas contas, serviços, logística de alimentação, transporte, vestuário, etc.

É um trabalho danado. Sexta, enquanto resolvia com a operadora da internet, Bebel e João se engalfinharam para resolver qual DVD assistir: Carros ou BackYardigans. Troca de grito, choro, tapas e um questão salomônica: “Se eu escutar mais um pio sobre televisão, acabou pros dois” e toma paciência e coragem para enfrentar as conseqüências de promulgar essa lei. Bebel empurrou João que devolveu e pulou no chão esgoelando. Escondi os dois DVDs e deixei a gritaria pra lá. Como se fosse possível não estressar .Ainda faltava a alimentação, o banho, transporte pra escola e o técnico da internet. Melhor é deixar tudo pra lá e sentar no chão para brincar com Bebel, suas 11 filhas, João e seus carrinhos. Pro almoço, marmitex, pra bagunça, a empregada, se ela vier. Internet, sabe-se lá quando. Como diz a minha mãe: “ o que não tem solução, solucionado está”