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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Intimidades e seus limites

Ela: Você me ama?
Ele:Amo.
Ela: Casaria comigo?
Ele: Agora.
Ela: Com ou sem igreja? Com ou sem cartório? Coabitando ou não?
Ele: Onde é que eu assino? Faço tudo o que você quiser.
Ela: Amor?
Ele: Sim
Ela: Empresta seu carro?
Ele: Peraí!!!! Aí já é demais!!!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Um pouco sobre João, meu Dinossauro Rex


João tem quase 15 quilos de patolice. Quando alguém o chama no diminutivo, penso: "Não estou vendo nenhum Joãozinho aqui". De uns tempos para cá, deu para imitar dinossauro. Não sei se aprendeu com a Bebel, na escola ou na televisão. Fato é que de vez em quando faz cara de mal, estica os braços em garras e sai por aí, rosnando: "Dinoxau Requixxxx". Segundo Piaget, se sentindo o próprio.

Acostumou-se com a companhia de um irmã  maior que o ama,  abraça, divide, convive, disputa recursos e pula pra cima,  igual nos telecatchs. É carinhoso e territorial. Gosta de carros e os deixa espalhados por ordem de cor.  Está na fase dinossauros e carrega dois, de um lado para outro. É inteligente e gosta de música. Às vezes fico só olhando pra ele, achando o menino mais lindo do mundo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os mais iguais

A escola que meus filhos estudam é referência  em Educação Infantil. Bebel e João estudam lá desde 1 ano de idade e eu só tive elogios em relação à infra estrutura, ao corpo docente, à proposta pedagógica, aos colegas e às suas famílias.

Esse semestre tive uma surpresa. A escola oferece aula de ballet como atividade extracurricular. As professoras trocam as alunas de roupa no período de aula de modo que às terça e quintas, quando ia buscar Bebel, deparava-me com um bando de bailarinas e minha filha, amuada. Mesmo com dificuldades no mínimo logísticas e questionando a postura da psicopedagógica da escola, resolvi matricula-la na atividade e descobri que não tinha vagas.

Fui conversar com a psicóloga da escola, sempre muito solícita e esclarecida e fiquei horrorizada com sua postura, que reflete o posicionamento da escola. "A vida frustra mesmo", "Não há o que se fazer", "Sempre foi assim, você é a primeira pessoa que questiona". Não questiono a atividade, questiono a incoerência do discurso. Se é pra ser todo mundo igual no ambiente escolar, que o sejam e não só até as 17:00. Sob ordens superiores, professoras, no horário de aula, trocam de roupa os alunos das atividades extra-curriculares sem a preocupação no impacto dessa prática discriminatória nos outros alunos que por motivos vários não podem participar das atividades.

Vou trocar as crianças de escola no fim do ano e vou sair chateada com essa prática. Que a vida frustra, frustra sim, mas não precisa ser dessa forma, nesse ambiente e com um discurso tão fatalista e hipócrita.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tinha uma mãe no meio do caminho

A vovó Fátima emendou o feriado e chamou os netos para ficarem na casa dela de quarta a domingo. A idéia, em tese, é deliciosa. Cinco dias para me dedicar totalmente ao trabalho, às pendências cotidianas, ao amor, às ciências estéticas e ginásticas. Em tese. Não estou podendo ver crianças na rua que fico com vontade de cheira-las, morta de saudade dos meus bebezinhos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Bebel em 2 tempos

- Bebel, você quer ir ver o Mickey?
- Mamãe, Mickey não existe. Só na televisão!
-Tudo bem. Vc quer ir ver uma pessoa fantasiada de Mickey no teatro?
- Oba! Quero! Podemos levar o João?

Eu furei as orelhas aos 13 anos, num ato de rebeldia divisor de águas entre infância e adolescência. Quis deixar Bebel viver a mesma experiência e não furei as orelhas dela quando recém nascida. Com quase 4 anos, ela já é super interessada nos assuntos de vaidade feminina e pediu de brincos de presente de aniversário. Propús a troca: o brinco pelo bico. Ela não teve dilemas: "Então tá".

Fui solidária e fomos as duas furar as orelhas. Bebel é durona. Toma injeção e não chora desde muito pequenininha. Fui primeiro tentando fazer cara de tudo-está-normal mas não consegui evitar a expressão de aiaiai quando o farmacêutico furou minha orelha. Ela percebeu mas não titubiou. Ainda dei uma saída honrosa: "Vamos fazer isso outro dia, Bebel", mas ela não desistiu. Suportou estoicamente a tortura e no final me abraçou, lágrima nos olhos, caladinha. Falei que tudo bem chorar quando doí ou a gente está triste, mas ela não deu um pio. E nunca mais pediu o bico. Uma versão melhorada de mim.