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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bebel em cenas

Bebel e eu trocamos muitos abraços e beijos. Ela que me ensinou. Combinamos de dar 100 abraços todo dia. De vez em quando, eu pego ela de jeito, abraço e falo: “Vamos combinar de ficar abraçada até vc virar adulta? Aí a gente vai na sua sala assistir sua aula abraçadinhas, vc vai no meu trabalho, na escola de mamães (academia) sempre abraçadas. Que tal?”. Ela ri, fala um" não, não" muito bonitinho, ganha e retribui abraços e até então era isso. Hoje, virou pra mim, séria: “Vc  esta brincando, não é?” Custa nada perguntar.
                                                                     2.

Um dia, por problemas logísticos, Bebel teve que ir para o trabalho comigo. Falei que era longe e que a gente ia enfrentar um trânsito complicado. No meio da Via Expressa, eu estava naquele primeira-segunda  e ela: "Mamãe, todos são os seus alunos indo para a escola?"

                                                                 


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Responsável pelo domicílio

No carro, cheio de testemunhas, Bebel perguntou:

- Mamãe, porque você manda na casa?

Algumas vezes, cansada de ter que argumentar infinitas vezes sobre porque usar casaco, guardar brinquedos, tomar banho e etc "posso" ter soltado a pérola: "vai fazer porque eu estou mandando e pronto." 
Tive que pensar e contei a seguinte história:

"Era uma vez, um instituto chamado "Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística", também conhecido como o IBGE. Um dia, ele resolveu contar quantos brasileiros tinham.  Aí, o IBGE mandou umas pessoas chamadas recenseadores irem em todas as casas contando quantas pessoas tinham em cada uma. Para o IBGE, o nome da casa é domicílio. Por exemplo, a nossa casa é um domicílio. A casa da Gabi (amiga para sempre da Bebel) é outro domicílio, a casa da vovó outra, e assim todas as casas. Os recenseadores chegam nas casas, batem na porta e perguntam: "quem é o responsável pelo domicílio?". Quem responde; "Eu", toma as decisões, trabalha, paga as contas, compra comida, cuida das crianças, leva na escola, pra passear. Na nossa casa, eu sou a responsável pelo domicílio."

- Mas eu mando nos meus brinquedos, não é?
Manda sim.


Ocupada

- Bebel, vamos combinar de você vir na minha casa.
- Eu vou olhar no meu calendário primeiro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Àrvore

João sempre foi bom de prato. Quando está inapetente, nem mando pra escola, porque a coisa ´e grave. Hoje ele apontou pro brocolis, pedindo um pouco:
- "me dá a-vore."

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Birra, pirraça, piti

Nem todo mundo sabe o horror que é um filho fazendo pirraça, birra, escândalo. Em qualquer lugar é péssimo,. mas com testemunhas é pior. Os sem-filhos olham com cara de "quem é o irresponsável por essa criança?". Ignorar nessas horas, a única política eficiente, é dureza. Quando estou zen,  exceto se o pirracento está de cara pro chão, fico por perto com cara de tudo-está-normal, esperando o suplício passar. Se não dá e a coisa está espetaculosa demais,carrego e vou embora, com  raiva, o(a) outro(a) filho(a) desconsolado(a) debaixo do braço. Tem dia que é tranquilo  e somos uma panelinha feliz o tempo quase todo. Tem dia que eles querem desafiar por tudo  e, juro, tenho vontade de passar a chave e voltar quando eles fizerem 18 anos.

Pirraça é democrática. Toda criança dá. É um forma primitiva de auto-afirmação no mundo. Se punida em excesso, faz pessoas passivas, amedrontadas e pouco criativas. Se todos os desejos são acatados, criam-se pequeno monstro mandões e sem limites. É interessante como cada um reage de um jeito conforme o jeito, a inteligência, a sensibilidade. Depois que o  médico e descartou a possibilidade de dores excruciantes, o diagnóstico foi dado:  "É birra.Dê limites."

Gritaria de criança ressoa no coração, mas é o cérebro que parece que vai explodir. Já disseram que eu sou paciente demais. Não sei bem se é um elogio, mas fato é que lido com uma média de 15 Nãos por dia: Não vou tomar banho, sair, colocar essa roupa,  dormir, sair/entrar no carro, parar de correr de um lado para outro, ir embora, voltar. Na idade da Bebel, fica ainda mais elaborado, cheio de chantagens emocionais e gritos de alarmar vizinho. Aprendi que, seu eu acreditar que, sim , eles vão fazer o que tem que ser feito e fazer valer a coisa toda, funciona. Sempre. Ignorar é a opção quando o motivo não é importante. Eles cansam e param. No cotidiano é super trabalhoso. Significa cuidar, alimentar, limpar, divertir, ensinar, transportar crianças que algumas vezes se opõem a isso. Haja paciência, criatividade e força física...

Eu sou feliz porque Bebel e João nunca, nunca mesmo empitizaram ao mesmo tempo. Pelo contrário, quando um(a) está berrando escandalosamente, o(a) outro(a) fica invisível em um canto, aparentemente alheio(a). Na colaboração para essa fraternidade, eu tenho certeza que fiz certo.

Pessoinha

Bebel dava um pitizaço na Feira de Alimentação porque o sapato da Barbie sumira. Contei a história de uma princesa que morava no castelo (Colégio Arnaldo), brincava na feira e costumava perder seus brinquedos. Ela tinha um cachorro chamado Brinquedo Perdido que achava todos, com o seu faro poderoso. Ela acalmou mas continuou emburrada. Na volta, por uma sincronicidade qualquer, o sapato estava no chão em frente à porta do carro. Falei:
-Viu? Brinquedo Perdido não te achou e deixou aqui para você.
Ela fez uma carinha enfarada:
- Mamãe, Brinquedo perdido não existe, o sapato caiu aí quando eu saí do carro.
Ri e falei:
- É, mas aí não tem graça nenhuma.
- Então por que você tá rindo?
Porque é bonitinho ver uma pessoa crescendo, Bebel.

sábado, 5 de novembro de 2011

Macaquinhos de imitação

Fomos no Hot Zone, versão moderna dos fliperamas, programa para famílias, adolescentes e adultos. Brinquedos eletrônicos interessantes (e caros) para todas as idades. Jogos de corrida de carro, pilotagem de avião, moto, de atirar bola, jatos de água, de viver experiências virtuais ricas e interativas.Eu não gastei nem um tostão com a brincadeira, mas nos divertimos bem de graça. Até agora.

Bebel finalmente percebeu que mesmo sendo bonito, legal, tendo volante, marcha e luzes, faltava alguma coisa. Séria, não falou nada, mas tenho certeza que saiu pensativa. João não. Dirigiu carro compenetrado, passando a marcha de vez em quando, como vê do banco de trás.