Total de visualizações de página

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cabelo Cabeleira Cabeludo Descabelado

Ser cabeçudo é vantagem aqui em casa. Alface, que serve para isso é comida sem parcimônia. No segundo semestre, deixei o cabelo do João sem tosa. Cresceram cachos chamados tô-nhó-nhões. Eu arrepio com a mão e mando ele ir no espelho ver o tamanhão da cabeça. Só vou cortar na volta  às aulas. Acho ele mais lindo ainda assim. Essa cabeleira deve durar no máximo uns 20 anos. Tem que aproveitar enquanto pode.

Arrumação

Hoje, última sexta de 2012, acordei com furor da arrumação. Deve ter alguma coisa a ver com hormônio, sei lá.

Passamos a semana de férias e sem ajudante. O caos tinha tomado conta. Depois do café, distribuí tarefas e defini o objetivo: ia ficar tudo limpo. Dei a câmera para Bebel registrar o processo. Ela foi arrumar a cozinha e João foi ser meu ajudante para levar lixo na lixeira e roupa para a área de serviço. Bebel brilhou na pia e fezs tudo rápido. Acabamos 11:30 com intervalo para lanche. Fiquei com orgulho de nós. Mais do que a economia de dinheiro, o importante foi dar o exemplo. Bom chegar em casa depois de ficar na piscina a tarde inteira e encontrar a casa limpa.

Cenas de Bebel

Prática

- O que você acha da minha roupa, Bebel?
Eu estava meio insegura com um vestido branco tirado do fundo do baú.
- Que vai sujar.

Eu e o fubá

- Mamãe, posso assistir Patati Patatá 2?
Ai que preguiça de levantar e procurar o DVD.
-Pode.
Ela apertou play no controle remoto e pronto.

Papai Noel existe?

O Papai Noel deixou presentes na casa da vovó materna. Teve "quente-frio" para achar os presentes e alegria para abri-los. Depois Bebel chamou a avó num canto, longe do João:
- Foi você que comprou os presentes, não foi?

domingo, 23 de dezembro de 2012

Só só somente só

Semana passada as crianças ficaram com o pai. Entrei de férias, dispensei a empregada e fiquei sozinha. Ou seja, era eu comigo e tinha que ser pelo menos tolerável. No clima fim-do-mundo e Natal, resolvi que ia sair com pessoas que eu gosto. Durante os 7 dias, encontrei com Carol e amigas embaixo de árvores. com as famílias da Simone e da Toninha, fui no cinema com Dinoca, no show da Miriam, embriaguei-me com Carla, com a turma da faculdade, conheci o barrigão da Jackie. Na sexta,  um apoteótico encontro de primos, primas, tios e tias de uma ala divertida da família. Fui feliz em cada um desses encontros.

No resto do tempo foi o oposto. Fui na academia menos do que deveria e meu cérebro não funcionou para além de assistir DVD genérico e ficar na internet perdendo tempo. Murchinha, murchinha.

Perigo Perigoso perigosíssimo

Fui no Centro com as crianças visitar um casal. Período de Natal está tudo lotado. Segurei a mão de um, de outro e avisei:
- Aqui tem que ficar de mão dada e sempre perto da mamãe. Estamos no centro da cidade.
- Estamos no meio certinho da cidade?!?!
Estávamos perto da praça 7 e eu pude dizer convicta:
- Pertinho pertinho.

Fui contando que ali no meio daquele monte de gente, estão os malvadões disfarçados. Se distratir, tens uns que até que levam a criança embora da mãe para sempre:
- E eles não usam máscara nem nada?
Ela descobriu naquele momento que as pessoas realmente malvadas são iguais a qualquer um.
Quando ela crescer mais um pouco, vou ensinar que os mais perigosos são os que além de malvados, são pessoas fortes, bonitas e inteligentes.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Perigo perigoso perigosíssimo

João tava parado, pensando. Aí fez movimento de acelerar com as mãos e falou para ele mesmo:
- Vrum! Vrum!
Coração de mãe apertado, perguntei:
- O que que é isso?
- É a velocidade.
Se eu pudesse enfiar ele de volta na minha barriga e só soltar daqui a uns 50 anos, tinha feito.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mocinha

Fomos na Praça ver a iluminação de Natal. Até ano passado, as luzes eram vagalumes colados nas árvores. Esse ano, a história não colou e eu ainda tive que escutar da Bebel:
- Mamãe, pára com essas histórias porque eu já sou uma moça.

A realeza e eu

Hoje estavam Bebel, João e um amiguinho no banco de trás do carro discutindo os títulos nobiliários: quem era rei, rainha, príncipe e princesa e porque. Perguntei:
- E eu?
- Você é quem dirige a carroça.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eu amo educação

Segundo o IBGE, 30% de jovens estão cursando o ensino superior atualmente. Houve um aumento de mais de 10% nas pessoas em faculdades nos últimos 10 anos Eu estou na sala de aula com essa turma e sua demanda por conhecimento e diploma.


Tenho excelentes alunos, que aprendem o que eu tenho para ensinar e ensinam coisas que eu não conhecia como Logística Reversa, WMS, Lean, ISO, etc. Outros tem demandas mais elementares em relação ao conhecimento formal.

Sou professora de uma disciplina em que oriento grupos a escrever um artigo ao final do semestre. Veja bem, só dou aulas para calouros. Alguns chegam de um ensino médio que não ensinou a escrever e fazer contas. Eu fico na vaidade de ensinar regras de citação da ABNT pros coitados

Tive um aluno que início do semestre estava nas trevas do analfabetismo funcional. Eu via a cara de desespero dele quando eu falava sobre pergunta de pesquisa, objetivos gerais e específicos, marco teórico, referências bibliográficas. Imagino nas outras disciplinas.

Toda semana eu sentava com os grupos para acompanhar o andamento do artigo e pude observar in loco o esforço desse aluno para decifrar aquelas idéias tão complicadas que tentávamos enfiar na cabeça dele. Ele alfabetizou-se em 5 meses. Chegou em estágio de desenvolvimento cognitivo operacional concreto e começou a pensar em termos de operações formais em um semestre. Eu testemunhei o processo e recebi um resultado além das minhas expectativas.

Final de semestre, banca, provas. O esforço (e a ausência dele) estão surtindo efeito.Ele passou na banca e me deu uma cópia do seu trabalho com autógrafo e dedicatória.

Bom voce esforça para que os grupo faça um bom trabalho

Esse esforço valeu a pena porque frutificou. Em mais alguns semestres, esse menino e outros(as) como ele estarão surpreendendo a si  e vão renovar a esperança de uma professora.