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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu te odeeeeio!!!!

Eu achava que só aconteceria no quintal alheio, mas, pelo visto, é a regra. Educar, em alguns momentos, é frustrar. É ensinar a controlar o bichinho interior que quer tudo do seu jeito, na hora que quiser. Filho não é só alegria e mãe não precisa ser amada o tempo todo.

Hoje teve. E da-lhe menininha brava, chorando, chutando e gritando que me odeia, que nunca mais vai conversar comigo, que não vai me deixar cuidar dos 100 filhos, e por aí vai. Não sei como vai ser aos 15 anos, mas hoje eu sei que passa rápido, é só não levar pro lado pessoal, ter paciência e firmeza.

O bonitinho é que, quando um odeia, o outro fica quieto, assistindo o desenrolar dos acontecimentos. Aprendendo como vai ser quando for a vez dele dar um piti.

Primeiro e segundo lugar


Os "eu não quero" fazem parte do cotidiano de uma mãe. Há infinitas variações: eu não quero acordar, dormir, comer, trocar de roupa, sair de casa, ir embora, tomar banho, arredar o pé daqui, desse lugar que não pode, e por aí vai. A peleja é parte do cotidiano. O jeito são bolar estratégias.

Uma delas é apostar na competitividade: "Quem fizer tal coisa primeiro, ganha". Aí saem os dois desabalados. Funciona quase sempre. Tive receio de estar criando monstrinhos competitivos, mas a fraternidade aqui em casa é das boas.

Outro dia estávamos jogando videogame. Até então, Bebel sempre ganha do irmão. Um dia, com a conivência dela, eu o ajudei e ele ganhou. Enquanto o irmão dava pulos de alegria, Bebel falou baixinho no meu ouvido, com um sorrisinho Mona Lisa: "Ganhou nada, né?"

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Meninos e meninas

Passeando com as crianças, João vai na frente, explorando o ambiente, parando aqui e ali, olhando pra trás só para conferir se a gente continua no seu campo de visão. Bebel vai de mãos dadas, para garantir um interlocutor e não precisar parar de conversar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ensinar e aprender


Sou educadora por vocação e profissão.

Abre parênteses. Outro dia, o mecânico, querendo puxar conversar perguntou em que eu trabalhava. Disse que era professora e ele emendou: “professora de verdade ou de criança?”. Senti raiva e pena de nós brasileiros que, como coletividade,  não damos o devido valor para as pessoas que trabalham na educação infantil. 57% das crianças brasileiras de até 5 anos não estão na escola na época em que os cérebros e as curiosidades estão no máximo do seu potencial para transformar em habilidades todas as aptidões natas. Fecha parênteses.

O semestre letivo na faculdade onde trabalho começou com as expectativas de sempre. Dou aula para o primeiro período de cursos que recebem a nova classe média, pessoas motivadas, batalhadoras e que estão mudando a cara do país. Chegam as meninas com seus longos cabelos lisos, arrumadíssimas mesmo depois do expediente, assim como os rapazes com penteados que o João chama de tubarãozinho. Chegam os adultos, homens e mulheres retornando ás salas de aula depois de muitos anos de mercado de trabalho, abrindo mão da convivência com as famílias para dar exemplo para seus filhos.

Para mim, não tem nada melhor. Preparar as aulas, atualizar conhecimento, trocar experiências, aprender coisas como kanban, wms, logística reversa e outras coisas que não estão nos livros de psicologia. Damásio falou que se dedicamos 2/3 de nossas vidas a fazer o que nos dá prazer, não somos escravos. Pois é. Meu trabalho me liberta.

domingo, 12 de agosto de 2012

O telefonema da escola

Quando o celular toca e é a escola, no horário da aula, a gente treme nas bases. "Que seja a professora falando que os filhos são os melhores alunos que ela já deu aula". Nunca é. Crianças caem, machucam, acontece. A pediatra fala que adora criança com roxo e ralado pois criança que não cai é porque não brinca. Mas que é dureza receber telefonema da escola: "Vem buscar porque machucou.", é.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A mãe chata

De uns tempos para cá, tenho recebido bilhetinhos de uma menina semi alfabetizada: "mamãe eu te amo", "gosto de você" quando chego do trabalho, no meu travesseiro. A coisa mais linda.

Desde sempre tenho o conflito da hora do uniforme. A roupa que eu escolhi nunca é boa. Se é saia e meia calça, a meia causa dores horríveis no pé e ela prefere calça. Se é calça, não serve porque dá dores do joelho e tem porque tem que ser saia. Todo dia. ÀS vezes a menos de 20 minutos para sairmos de casa.

O argumento é: "Vai colocar e pronto." e toma gritaria: "eu não quero, eu não quero, você é muito chata" e por aí vai. Ontem o problema era a meia de todo dia que não podia ser.  Bebel emburrou e sumiu para dentro de casa. Deixei e fui trocar a roupa do João, por enquanto mais dócil para esse processo.

Dali a pouco, chegou um bilhetinho: "Mamãe, você é chata. Izabel". Isso mesmo! Chata com ch! Guardei a preciosidade,. Onde é que ela aprende essas coisas?

domingo, 5 de agosto de 2012

Detalhes tão pequenos

Fomos num aniversário que tinha uma moça com cabelo de princesa, roupa de princesa, jeito de princesa: "Será que é uma princesa de verdade, Bebel?". "Não é não, porque as luvas delas não tem dedos."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mamãe não sabe tudo

O Canal Futura tem um quadro chamado "Com a pulga trás da orelha". É feita uma pergunta e dada três opções, ao final do intervalo a resposta é ensinada.  Os olhinhos de Bebel até brilhavam quando eu sabia, sem sombra de dúvidas,  quem deixou de ser planeta em 2006, onde foi o primeiro vôo de Santos Dumont, de que é feito o giz de cera, e por aí vai.

Até hoje às 7:30 da manhã eu tinha acertado todas as respostas antes que as opções fossem dadas. A pergunta: qual dança surgiu da capoeira? quebrou esse paradigma. Não deu tempo de consultar o google, nem de fazer nada, exceto alegar ignorância. Ela me olhou desapontada. Acertar a próxima pergunta sobre o instrumento de percussão da capoeira, berimbau, reduziu o dano mas a invencibilidade já era.

Pois é, Bebel. É duro aceitar, mas a mamãe não sabe tudo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eu quero um celular


Bebel chegou hoje da escola com um presente de amiga, uma fitinha de Nosso Senhor do Bonfim amarrada no braço. Já estava informada do protocolo e contou que fez um pedido: "Adivinha qual, mamãe?". Eu não sabia. "Aprender a ler e escrever rápido".

Eles não são especiais


Meus filhos são especiais parta mim e nossa família. Eu os acho simplesmente a coisa mais maravilhosa do universo. Comemoro como gol em final de copa do mundo cada cocô no peniquinho, cada letra desenhada, tudo de lindo e banal em nossas vidas.

Mas o mundo não corrobora das minhas impressões e intenções em relação a eles. Junto com todo o amor e dedicação tento ensinar que eles são tão especiais quanto todo mundo. Daí que tem que respeitar, que tem coisa que não dá, que não pode, que tem que ter paciência, que tem que esforçar. Acredito que é uma contribuição que posso dar para um mundo melhor, não criar narcisistas que acham que as pessoas existem  para satisfaze-los.

Será que vai dar certo?

http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/07/turma-do-eu-me-acho.html

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Celular

Bebel sugeriu que eu lhe dê um celular assim que ela souber ler e escrever. Achei um prêmio interessante e ficou combinado. Se os recursos fossem ilimitados, eu daria logo um smartphone, ferramenta para aumentar a inteligência.