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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os Super poderosos

A gente costuma achar que os filhos são a cereja do bolo da evolução da espécie. Eu volta e meia me pego achando que eles são Einstein, Phelps, Garcia Marquez condensados em miniatura. Coitadas das crianças. O mundo já é difícil sem uma mãe com altas expectativas. Imagina com uma que vislumbra campeões olímpicos e ganhadores do Nobel em crianças na educação infantil. Eu sei. Eu sei. Tenho que me controlar. Mas é difícil. Atualmente o meu esforço é para que eles saibam que, apesar da mamãe acha-los o máximo, eles não são melhores que ninguém. Talvez me falte a experiência da frustração dessas expectativas, o que deve acontecer no futuro quando eles se rebelarem contra essa tirania disfarçada. Até lá, deve ser até bom acreditar que se é o que a mãe gostaria que a gente fosse.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Deus

João, aos 4 anos, está cheio de questões teológicas:
- Mamãe, o que é o Deus?
Aiaiai.  Acredito em uma Sabedoria Superior. Rezo para Nossa Senhora (a Grande Mãe) nos apertos, agradeço na mesma medida, mas sem ser dentro de um sistema de crenças institucionalizado. Como explicar isso para uma criança?
- É um anjo que voa, não é, mamãe?
-....
- E tem a mãe de Deus, e o pai também, não é? Aquele que fica assim com os braços abertos...
-.....
- E ele criou todas as coisas, não é?
- ....
- Mas ele já morreu.
- ....
Enquanto se dava esse diálogo, eu ia tentando lembrar como a escola, a mesma em  que eu estudei e que ele estuda, ensinou isso: Sabedoria Superior, nada antropoformizado, nem com viés católico. Fui puxando assunto:
- Como será que ele criou tudo?
João olhou pra mim, olho arregalado, esperando a resposta:
- Bom, teve o Big Bang, uma baita explosão, aí um tempão depois surgiu o sol, a Terra e depois teve um DNA auto replicante que foi o tritritrisavô de todas as coisas vivas.
- Até dos dinossauros?
- Até dos dinossauros.

Sei que minha resposta foi epistemologicamente incorreta. Na minha limitação sobre o tema, ensinei rudimentos sobre a Teoria da Evolução de Darwin,  mas sei que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Aceito sugestões.

Carl Sagan explica a evolução

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Independentes

Cansada de ter que trocar duas crianças de roupa todos os dias, lancei o desafio. A gente  ia sair do banho e encontrar as roupas prontinhas em cima da cama. Se eu conseguisse trocar a minha roupa antes deles ia cantar a música: "Vocês são bebezinhos e não sabem fazer nada". Se eles conseguissem trocar a roupa antes eu ia cantar: "Vocês são crianças e sabem fazer tudo". Adivinha que música eu cantei?


Bebel perguntou porque eu não levo eles na escola todo dia.
-Porque às 7:00 em ponto ou eu estou trabalhando ou começando a minha aula.
Ela só podia estar de caso pensado:
- Então a gente acorda mais cedo e você deixa a gente na porta da escola.
No dia anterior eu havia chamado a atenção para as crianças que se despediam da família no portão da escola e não na porta da sala economizando na hercúlea tarefa de estacionar.  Bebel gostou da idéia e organizou a carona materna para a escola. Cronometrados, combinamos que eu vou levar para a escola todos os dias. Simples assim.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O maior amor do mundo

João me deu de presente um beijinho sem motivo e perguntou:
- É romântico, mamãe?
- Uai. O que é romântico, João?
- É quando saem corações.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Casa arrumada- Ano 2

Durante o segundo semestre tive uma experiência radicalmente nova: trabalhei em casa. Corrigindo, prestei serviços remunerados trabalhando online. Eu sempre trabalhei em casa cuidando das crianças e lutando por uma mínima organização doméstica. Esse semestre realizei o sonho antigo de usar a internet como ferramenta de trabalho. E gostei.

Depois que a gente vira adulta e desapega do anseio de que alguém vem nos salvar sobram os dois braços, duas pernas e uma cabeça para correr atrás. Pois é. Nessa altura do campeonato, cheguei à conclusão que eu tinha que me virar sem ajudante, babá, diarista. Foi o que aconteceu.

Ser mãe é hobby. Levo, busco, alimento, arrumo, passeio, vamos os supermercado, achando tudo de bom. Ter tempo para dar o jantar,  passear até mais tarde, ficar abraçadinhos conversando e beijocando até dormir é a parte bonita da minha vida.

Ser dona de casa é o inferno. Cozinho mal, gasto muito tempo para arrumar tudo todo dia, deixo gavetas abertas, quando volto para casa cansada e tenho que encarar o batente de cama. mesa e banho eu sinto o  mal estar que as todas as pessoas sobrecarregadas devem sentir.

Toda vez que eu escuto que liberdade é isso, é aquilo eu acho bacana, mas a verdade nua e crua é que liberdade é ter dinheiro para poder usufruir (a maioria)  do tempo como quiser. Felicidade é ter uma família que gosta de ficar junto, é ter um chão firme para apoiar quando o resto do mundo balança. É isso que eu desejo e espero proporcionar para meus filhos

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O dia do sorvete

Sexta feira é o dia do sorvete, instituído para comemorar a vida que segue e evitar o "mamãããe, compra sobremesa" todo dia. Mas como não fazer piada nesse dia sacrossanto? Meus filhos, que não acreditam mais em fadas, bruxas e duendes, morrem de medo que eu compre sorvete de arroz com feijão, alface ou torresminho.