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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O nome da coisa

A coisa existe quando a gente dá um nome para ela. Eu escutei pela primeira vez enquanto João brincava :
- É que eu sou um dinossauro pré-adolescente.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Filosofia

João estava em silêncio, concentrado num pensamento. Aí me perguntou:
- Mamãe, o mundo é o banheiro dos passarinhos, não é?
Tive que pensar:
- O mundo é  o banheiro  de  todos os animais.
- Aaaah...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Nas profundezas da piscina

As crianças aprenderam a nadar e colocar bóia  passou a ser "pagar mico", A atenção redobrou e eu expliquei qual piscina podia nadar e qual não podia:
- A profundidade dessa piscina é de 60 cm. Essa pode. Aquela ali é de de 1,80 metros e não pode.
João:
- E qual é a compridade da piscina?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O Anãozinho Fraldudo

Até os 6 anos, todos os dias na hora de ir para a escola, tinha criança reclamando por motivos bobos . Tinha os temas recorrentes e as variações. Gritaria, falta de paciência e o dia começava tenso. Da volta da escola em diante, ficávamos a maior parte do tempo bem. Das 6 às 7 da manhã é que era de lascar.

Nomeamos a entidade: Anãozinho Fraldudo. É o que faz as pessoas, adultos e crianças, mesmos os legais a ficarem chatos, insuportáveis . Depois que o Anãozinho Fraldudo desincorporava, a própria pessoa ria do papelão. Às vezes o motivo era justo mas quem mandava era ele:

- Eu não vou almoçar se você não comprar um chinelo para mim agora!

O resto da família   ri  disfarçado, menos o possuído. De um dia para o outro, o Fraldudo parou de nos visitar pela manhã. Ontem,  trocamos de roupa até 6:15, terminamos o café até 6:35 e ficamos todos prontinhos prontinhos às 6:45. Sem problemas.


Xô, Anãozinho Fraldudo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A festa


O dia correu de modo a que às 18 horas, encontravam-se  no  apartamento 5 crianças e um cachorro.  Um grupo foi para o quarto em animado Karaokê, outro fez uma selva pré-histórica na varanda, A bisa, coitada, ainda estava achando o movimento divertido. O caldo começou a entornar quando todos sugeriram pintar. Uma pessoa de bom senso teria dito não, mas o que eu fiz? Em 10 minutos havia guache por todo lado, transformando-se rapidamente num caldo cinzento que começou escapar do controle. Mandei todos lavarem a mão no tanque e voltarem com um pano para limpar o chão. Criança é interessante. Falando com jeito, limpar o chão foi parte da pintura e elas nem repararam no meu desespero. Depois, espalharam-e pelo apartamento lendo, conversando, brincando sem televisão ou celular. João piscou o olho, talvez para aplacar a minha culpa de mãe-que-tem-outros-interesses-além-dos-filhos  : "mamãe. eu prefiro é brincar com criança mesmo"  e Bebel me deu um beijinho agradecido: "Parece festa do pijama". 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A vida não é um comercial de margarina

João escovando os dentes, pegou a pasta e falou:
- Esse  não é colgate total 12, hein mamãe?

O lanche saudável do João estava indo e voltando  quase todo. Troquei a embalagem do suco por um com hot weels e mandei sucrilhos Novo Super Power Original. A única coisa que voltou foi a maçã.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O tubarão tapete

- Olha, mamãe! Um tubarão tapete!
João sabe tudo sobre tubarões e sobre a periculosidade de cada espécie. Mas estávamos numa cachoeira e o suposto tubarão tapete era uma pedra que estava coberta das coisas que acumulam  no fundo dágua. Como perder a piada? Eu disse:
- Eu vou colocar o pé na cabeça desse tubarão.
Foi o que fiz. Meu filho me olhou com a admiração que só as crianças de 5 anos conseguem.  Uma semana de profundos pensamentos depois ele concluiu, meio que do nada:
- Não era tubarão não, né mamãe?
Infelizmente não.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Como fazer o dia durar mais tempo





 


A viagem de trem estava prometida há muito tempo. Saímos às 7:30 da Estação Central para a Estação Dois Irmãos em Barão de Cocais. O grupo de amigos estava equilibrado:  3 adultos e 3 crianças; 3 meninos e 3 meninas.  Chegamos às 9:02 em ponto.



Na Estação, perguntei para o guarda e para a zeladora se eles indicavam um motorista para nós.  Eles me deram o telefone de um, liguei e em 10 minutos ele nos buscou. Na conversa com as pessoas da cidade que estavam por ali, recebemos algumas dicas. 







 Fomos para Cocais ver o Sítio Arqueológico de Pedra Pintada, a 3,5 km de Barão de Cocais. Trata-se
de uma propriedade particular. A família, que mora no local, nos recebeu com hospitalidade. Modesto nos acompanhou pelo percurso e deu aula sobre as pinturas rupestres que datam 10.000 anos .  São 122 pinturas feitas com pigmentos minerais em várias tonalidades: amarelo, laranja, vermelho, marrom, preto. O primeiro a identificar o valor cultural dessas pinturas foi Peter Lund.

Guardado por abelhas, o caminho leva a três painéis, onde tem principalmente desenho de  animais e marcas que podem ser para contagem, comunicação. O último painel é a representação de um parto de cócoras.  Segundo o site do Sítio Arqueológico de Pedra Pintada: a localização das pinturas descarta um objetivo ornamental.  O local apresenta características ritualísticas e não parece ter sido usado para moradia no passado.
 

Almoçamos meio dia. Com crianças, é melhor seguir certos horários, mas se fôssemos só adultos, eu preferiria almoçar  4 da tarde. A indicação do restaurante foi certa: Comida caseira, ambiente gostoso. Fomos fazer a sesta em uma das cachoeiras de Barão de Cocais. O  critério de escolha foi menor tempo de caminhada e maior segurança para as crianças. A tarde foi agradável, com sol, sombra e  água fresca.


 ÀS 16 da tarde o motorista veio buscar a gente e nos deixou na porta da Igreja de São João Batista, 1° projeto arquitetônico de Aleijadinho, cuja construção começou em 1764. O canto das devotas me fez "lembrar" do canto das pessoas que frequentaram o local do sítio arqueológico.  Não sei se fiquei observando os santos e anjos barrocos ou se eles é que me observaram. Senti paz de espírito e acolhimento. Voltamos a pé, em caminhada de 25 minutos no final da tarde. Fomos acompanhados por uma cadela que recebeu até nome.

Na rodoviária, o furdúncio de sempre. Um pagode esgolelava no bar da frente e o Lepo-Lepo no bar de trás, competindo pela clientela. Ficamos entre arriscar a passagem de volta de trem e comprar a de ônibus e preferimos o certo ao duvidoso. Felizmente tinha espaço para as crianças correrem em segurança nos 50 minutos que antecederam a chegada do ônibus às 19:00. Chegamos em BH às 22 horas.  A sensação geral é que tínhamos vivido uma aventura que durou muito mais tempo do que a metade do dia que dedicamos a ela. Recomendado.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ponto-adulto

Bebel pediu para ir para a casa da vizinha 6 da tarde. Resolvi fazer o teste. Se ela voltasse sozinha ás 7:30 ela ganhava um ponto-adulto, se eu tivesse que interfonar para a vizinha, zero pontos, se eu tivesse que ir lá buscar pela orelha,  -1 ponto-adulto. Ela ficou curiosa sobre esse novo sistema de medida. É para quem quer fazer as coisas sem a mãe ficar matraqueando atrás.

Não sei porque, eles são crianças mas às vezes parecem adultos-anões. Mais do que meramente obedientes,  são responsáveis e empáticos.Bebel chegou pontualmente às 7:30 e explicou que saiu da casa da amiguinha às 7:27 para chegar a tempo.



segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A responsável desnecessária

No final do para-casa tem uma parte em que o responsável coloca data, tempo de duração da tarefa e assina. Bebel e João sempre se viraram bem com o para-casa, fazem sem reclamar (muito), demoram o tempo regulamentar e pronto. É isso.

Fato é que um dia eu fui corrigir o dever da Bebel e bem lá onde o responsável tem que assinar estava  a assinatura da própria, responsabilizando-se pelo processo todo. Fiquei entre rir e reclamar. Valorizei a iniciativa mas dei um visto responsabilizando-me pela responsável. Ela  reclamou, mas deixei claro que do meu visto, ela não escapa. Senão já viu, né?

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Puco, puca, puquinhos


- Porque sua mãe te chama de puco? quis saber o amigo do João.
- Porque ela me gosta.

domingo, 10 de agosto de 2014

Feliz Dia dos Pais!


Meu pai me deu muitos bons exemplos. Dentre eles, o de evitar o sedentarismo. Atividade física era parte do cotidiano e foi docemente imposta durante a infância e adolescência. Aos 20 anos eu não conseguia imaginar a minha vida sem mexer até ficar a 175 bpm´s pelo menos 3 vezes por semana. Aos 30 comecei a participar de corridas de rua, aos 37 fiz a minha primeira meia maratona e comecei a dançar forró. Espero ansiosamente o dia em que meus filhos vão me acompanhar na academia e na dança. O que eu faço hoje com meus filhos em relação à atividade física é o que aprendi com meu pai: levava, buscava e não deixava faltar. O resto é suor, sorte e esperança. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

E só uma fase

João, quase dormindo, falou com a bisa:
- Estou numa fase muito difícil.
Pára tudo:
- Como é que é isso de fase difícil?
- Para passar para o outro nível do jogo dos minions. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Os caracóis dos seus cabelos

-João, aquela é a sua coleguinha, fulana de tal?
- Não, a fulana de tal tem cabelo curvo.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Mimimi das periguetes


Quando menos se espera, dentro do próprio lar, tem um grupinho de crianças de 7 a 5 anos:
- Prepara, que agora é o show das poderosas, que descem, rebolam, afrontam as fogosas.....

O que fazer?

Primeiro checar a profundidade do conhecimento sobre o assunto.
Todo mundo sabia as letras do Beijinho no Ombro, da filósofa Valesca Popozuda e Prepara da Anita. Aliás, pediram o significado de "rachando a cara" e "periguetes".

Antes de assistir  Valesca Popozuda - Beijinho no Ombro e Anitta- Show das Poderosas no Youtube fiz a introdução. Existem meninas que são periguetes. Elas se vestem com pouca roupa e ficam querendo chamar a atenção das pessoas. São burras. Acham que são o máximo e ficam brigando com outras periguetes por causa disso, achando que esse mimimi  é a coisa mais importante do universo.

Eles fizeram cara de que entenderam. Faltou um pedaço, mas fica para os próximos capítulos.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Pretinha

Em uma infância completamente feliz tem que ter um cachorro. Foi por causa disso e à despeito do bom senso que Pretinha veio fazer parte da família. O critério foi o menor cachorro possível. 

Lhasa Apso  é uma raça antiga criada nos mosteiros do Tibet. Sua história está entrelaçada com as crenças budistas, incluindo a da reencarnação. Dizia-se que as almas dos lamas entravam nos corpos sagrados dos cachorros após a morte

Pretinha é reencarnação de um  vira lata. Não adianta ração cara, ela gosta mesmo é  de lixo. Uma vez,  sumiu  no apartamento e foi encontrada dormindo na lata de lixo abarrotada dos restos do almoço (ela e a lata).

A dor de acordar 6 da manhã ficou mais interessante. É só jogar Pretinha na cama do estudante sonolento. Ela lambe e morde as orelhas até eles levantarem. Leva-la para buscar as crianças na escola melhorou o status das crianças.As pessoas pedem para tirar fotos dela e um passeio na praça vira um evento muito mais social. 

Se eu soubesse que era bom assim já tinha arrumado um cachorro.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

As mexericas

 Começou um dia em que João me entregou todas as sementes da mexerica que tinha acabado de comer. Joguei no lixo junto com a casca. Ele me olhou horrorizado:
- Eu entreguei para você plantar.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Tratamento para trupicos e outros estropios

Machucados são efeitos colaterais de uma infância divertida. Nossa Senhora que proteja dos machucados graves porque dos leves a receita é fácil. Quando chega criança com roxo ou esfolado aos prantos, eu dou o analgésico:
- Qual é a criança que nunca machuca?
O estropiado faz uma cara enfarada de quem já respondeu mil vezes:
- A que mora na gaiooola.
E o curativo:
- Beijo ou baba de mãe?
- Beijo. Beijo.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

As regras da vida

Falei para as crianças se trocarem no vestiário  enquanto eu acabava de levantar o acampamento. Bebel voltou rápido e dali a pouco veio João, tremendo o beicinho:
- A Bebel não me esperou....
E ela:
- Não está nas regras da vida que eu tenho que te esperar.

terça-feira, 10 de junho de 2014

A Bisa

Desde janeiro desse ano, a bisa veio morar com a gente. Com 84 anos e nenhuma senilidade, ela:
-Não acredita em microondas. Não adianta deixar o prato pronto no microondas com uma seta gigante apontado: ME LIGUE AQUI!!. Ela prefere misturar tudo na panela.
- Cuida das plantas
- Adora passear, especialmente em banco e lotérica.
- Tal e qual alguns cachorrinhos, fica carente se deixada sozinha por mais de 24 horas.
- Adora atualizar a folha com as figurinhas que faltam e as figurinhas repetidas do Album da Copa.

Para falar das flores, que são quase tudo. Quando não é, tem uma mediadora na casa.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Dever de casa

Para casa: O que é o siso? 
Bebel: Um demte qui nace por umtimo.

A odisséia


Andava cansada de ler história infantis politicamente corretas com bichinhos felizes e questões classe-média. Peguei emprestado a Odisséia, cheio de ilustrações bacanas e estamos no planeta mitologia grega desde segunda feira. Heróis corajosos e burramente orgulhosos, Ciclopes cegos, deuses vingativos, canibais, bruxas, sereias, gente morta, gente malvada e até fantasma de mãe. São apenas 15 capítulos, que vou contando aos poucos para durar mais. As crianças estão adorando e escutam tudo de boca aberta, pedindo os detalhes. Correm no Google para tudo o que as interessa. Conto essa história milenar para imunizar contra a ideologia que poupa/priva as crianças dos aspectos sombrios da psique individual e coletiva. Recomendo.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Pedido inusitado

Bebel: "Mamãe, acha uma foto de um sapato de noiva sem salto para a noiva poder dar cambalhotas?"

terça-feira, 20 de maio de 2014

Problema de menina





No mundo adulto,  o problema do universo é a prestação que vai vencer. A esse se somam as questões de saúde da família,  de trabalho, de logística e infra-estrutura da casa...  essas coisas que ocupam a mente e o tempo . Problema é isso, o resto é hobby. Mas se a gente prestar atenção, os problemas das crianças (mesmo as bem cuidadas) são tão importantes quanto os nossos.

Bebel chegou quieta e pediu para ficar sozinha. Eu também gosto às vezes, mas tem limite. Cheguei de mansinho e perguntei o que tinha acontecido:
- A Fulaninha (leia-se melhor-amiga-para-sempre) terminou comigo.

Eu já tive 6 anos,  melhor(es)-amiga(s)-para-sempre e sei o drama que isso significa. Escola é divertido, aprender coisas novas é legal, mas uma melhor-amiga-para-sempre é que faz a coisa toda ter graça. Provavelmente em um ou dois dias, a duas vão ter uma boa D.R. (Discussão do relacionamento) e voltar às boas. Mas até lá, que dóí, dói. E a mãe não pode fazer nada além de torcer ou pelo "retorno" ou por uma nova melhor-amiga-para-sempre.

domingo, 11 de maio de 2014

DIA DAS MÃES ESPECIAL

Um dia, eu voltei a correr na rua  e no meio do caminho apareceu a Meia Maratona. Só havia corrido 10 km, no máximo 12, mas não custava ir lá para ver o que acontecia. Terminei os 21 km em 2 horas e 33 minutos com o único objetivo de impressionar as crianças. Ganhei a medalha e dei de presente a vontade de superar desafios.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Prazer, Ariel.

Volta e meia uma menininha olha para mim e fala que eu pareço a Ariel. ( Vá lá, a tia da Ariel, né?)

Sábado eu não deixei passar batido. Quando a Bia falou que meu cabelo era igual o da Ariel, falei:
- Mas eu sou a própria. Quando eu entro no mar ou na piscina, viro sereia na hora. Só é meio difícil para tomar banho. Quando molha eu viro sereia e caio pro lado. Tem que tomar o maior cuidado.
A menina arregalou o olho e olhou para a cara dos outros adultos para ver a opinião geral: todo mundo concordou. Ela foi embora encantada, feliz mesmo. Tinha conhecido uma sereia de verdade. Para que falar uma coisa diferente?

Os frangotes

Só bicha, sapatão e crioulo pode chamar outra pessoa assim, senão é infração grave.

Às vezes aposto corrida com a crianças para ver quem chega em casa primeiro. Eu pelo elevador e eles pela escada. Quando eu "ganho", aponto o dedo na cara deles:
- Frangotes! Frangotes!
Bebel e João tremeram o beicinho:
- A gente não é frangote. Não chama a gente assim.
Tudo bem, parei. Só que um dia, os dois estavam gritando um com o outro na escada:
- Vou chegar primeiro que você,  seu frangote.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eu uso óculos

Fomos na oftomologista para um exame de rotina. Estava tudo certo até a médica pingar aquele colírio usado nas consultas. Dali a pouco chega João perto de mim com uma cara meio preocupada:
- Mamãe, acho que vou ter que usar óculos. Estou enxergando tudo atrapalhado.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A duração dos animais

Depois que descobrimos que o louro de uma das bisas vive até 100 anos, começamos a pesquisar sobre a duração dos animais. Quanto tempo vive um inseto? um rato?, um cachorro?,  uma pessoa? Gente vive uns 75 anos, as mulheres um pouco mais. As bisas da família, por exemplo, tem superpoderes: duas tem quase 85 anos e estão inteirinhas. Expliquei que o segredo do superpoder está no dna e é transmitido para filhos, netos e bisnetos. Só quem prestou atenção, percebeu o sorrisinho da Bebel. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Mãe de duas crianças

João não é de reclamar. Aguenta bem as frustrações a vida.  Mas quando contei  que tinha matriculado ele no futebol da escola, ele olhou no meu olho e falou:
-Demorou, hein.

Estava levando a turma para um aniversário e peguei o caminho da escola. João reclamou:
- Eu não quero ir para a escola, eu quero ir para o aniversário.
- Ah, João. Que aniversário que nada. Bom mesmo é aula à noite.
- Eu não quero ir para a escola de noite de jeito nenhum.
Bebel, deu uma risadinha:
- É só fingir que acredita, João.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A bruxa má hipnotizadora

Bebel e uma amiguinha estavam brincando. De longe a gente só escutava:
- Mamãe.....
- Filhinha...
Na hora de vir embora perguntei como era a brincadeira. Elas contaram com a melhor cara do mundo: uma era a bruxa má hipnotizadora que fazia a filhinha desobedecer a mãe o tempo todo. A bruxa má acumulava o papel da mãe desesperada que tentava convencer a filha a ser boazinha. Pois é. A culpa é da bruxa hipnotizadora.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Preto e branco

Bebel e João são filhos das mesmas pessoas, tomam a mesma quantidade de sol usando o mesmo tanto de protetor solar. Mas depois de uns dias ao sol, quanta diferença...  Eu continuo branca porque só saio da sombra em caso de emergência, João vai aos poucos avermelhando e Bebel fica morena jambo. Em relação aos genes que produzem melanina, ela levou a melhor.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Analbeta digital

Bebel e João viram um joguinho legal no tablet do um amiguinho. No mesmo dia, Bebel perguntou como é que escrevia "zumbi". Dali a pouco o jogo estava instalado no meu tablet e celular. ( e não adiante excluir depois que as crianças lotam a memória dos aparelhos pois dali a pouco os jogos estão instalados de novo). Depois disso eles vivem jogando e comentando o desempenho entre eles:
- Bebel, destranquei o nível tal!!
- Olha João. Já pode usar o item tal!
Um dia, pedi para jogar:
- Você não sabe nada desse jogo, mamãe.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A onça pintada, a zebra listrada e o coelho peludo

A gente tenta proteger os filhos de alguns aspectos da vida adulta mas nem sempre consegue:
- Mamãe, o que que é vaisifudê?
Horrorizada, tentei fazer uma lista mental de possíveis más companhias dos meus bebês:
- Onde é que você ouviu isso, Bebel?
- É o que o moço da música manda os bichinhos fofinho fazerem.
 Melhor é mudar de assunto até pensar numa resposta bem boa.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os Simpsons


Assistir Simpsons é um programa familiar. Antes da hora de dormir a gente assiste um ou dois episódios, abraçadinhos. As crianças não entendem a maioria das piadas mas se divertem como se entendessem. Contei que é um desenho sobre a história de uma família. Que algumas pessoas são de verdade mesmo e que eles falam sobre coisas que vem acontecendo no mundo nas últimas décadas. O mais interessante é poder discutir questões como amor, amizade, bullying, homossexualidade, sustentabilidade, tecnologia, religião a partir de um desenho animado. Recomendo.

Outro dia, Bebel perguntou se o Homer era de verdade. Contei sobre o episódio em que um famoso apresentador de jornal chamou seus telespectadores de Homer. Ela riu e falou:
- Eu não. Eu sou a Lisa.