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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A festa


O dia correu de modo a que às 18 horas, encontravam-se  no  apartamento 5 crianças e um cachorro.  Um grupo foi para o quarto em animado Karaokê, outro fez uma selva pré-histórica na varanda, A bisa, coitada, ainda estava achando o movimento divertido. O caldo começou a entornar quando todos sugeriram pintar. Uma pessoa de bom senso teria dito não, mas o que eu fiz? Em 10 minutos havia guache por todo lado, transformando-se rapidamente num caldo cinzento que começou escapar do controle. Mandei todos lavarem a mão no tanque e voltarem com um pano para limpar o chão. Criança é interessante. Falando com jeito, limpar o chão foi parte da pintura e elas nem repararam no meu desespero. Depois, espalharam-e pelo apartamento lendo, conversando, brincando sem televisão ou celular. João piscou o olho, talvez para aplacar a minha culpa de mãe-que-tem-outros-interesses-além-dos-filhos  : "mamãe. eu prefiro é brincar com criança mesmo"  e Bebel me deu um beijinho agradecido: "Parece festa do pijama". 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A vida não é um comercial de margarina

João escovando os dentes, pegou a pasta e falou:
- Esse  não é colgate total 12, hein mamãe?

O lanche saudável do João estava indo e voltando  quase todo. Troquei a embalagem do suco por um com hot weels e mandei sucrilhos Novo Super Power Original. A única coisa que voltou foi a maçã.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O tubarão tapete

- Olha, mamãe! Um tubarão tapete!
João sabe tudo sobre tubarões e sobre a periculosidade de cada espécie. Mas estávamos numa cachoeira e o suposto tubarão tapete era uma pedra que estava coberta das coisas que acumulam  no fundo dágua. Como perder a piada? Eu disse:
- Eu vou colocar o pé na cabeça desse tubarão.
Foi o que fiz. Meu filho me olhou com a admiração que só as crianças de 5 anos conseguem.  Uma semana de profundos pensamentos depois ele concluiu, meio que do nada:
- Não era tubarão não, né mamãe?
Infelizmente não.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Como fazer o dia durar mais tempo





 


A viagem de trem estava prometida há muito tempo. Saímos às 7:30 da Estação Central para a Estação Dois Irmãos em Barão de Cocais. O grupo de amigos estava equilibrado:  3 adultos e 3 crianças; 3 meninos e 3 meninas.  Chegamos às 9:02 em ponto.



Na Estação, perguntei para o guarda e para a zeladora se eles indicavam um motorista para nós.  Eles me deram o telefone de um, liguei e em 10 minutos ele nos buscou. Na conversa com as pessoas da cidade que estavam por ali, recebemos algumas dicas. 







 Fomos para Cocais ver o Sítio Arqueológico de Pedra Pintada, a 3,5 km de Barão de Cocais. Trata-se
de uma propriedade particular. A família, que mora no local, nos recebeu com hospitalidade. Modesto nos acompanhou pelo percurso e deu aula sobre as pinturas rupestres que datam 10.000 anos .  São 122 pinturas feitas com pigmentos minerais em várias tonalidades: amarelo, laranja, vermelho, marrom, preto. O primeiro a identificar o valor cultural dessas pinturas foi Peter Lund.

Guardado por abelhas, o caminho leva a três painéis, onde tem principalmente desenho de  animais e marcas que podem ser para contagem, comunicação. O último painel é a representação de um parto de cócoras.  Segundo o site do Sítio Arqueológico de Pedra Pintada: a localização das pinturas descarta um objetivo ornamental.  O local apresenta características ritualísticas e não parece ter sido usado para moradia no passado.
 

Almoçamos meio dia. Com crianças, é melhor seguir certos horários, mas se fôssemos só adultos, eu preferiria almoçar  4 da tarde. A indicação do restaurante foi certa: Comida caseira, ambiente gostoso. Fomos fazer a sesta em uma das cachoeiras de Barão de Cocais. O  critério de escolha foi menor tempo de caminhada e maior segurança para as crianças. A tarde foi agradável, com sol, sombra e  água fresca.


 ÀS 16 da tarde o motorista veio buscar a gente e nos deixou na porta da Igreja de São João Batista, 1° projeto arquitetônico de Aleijadinho, cuja construção começou em 1764. O canto das devotas me fez "lembrar" do canto das pessoas que frequentaram o local do sítio arqueológico.  Não sei se fiquei observando os santos e anjos barrocos ou se eles é que me observaram. Senti paz de espírito e acolhimento. Voltamos a pé, em caminhada de 25 minutos no final da tarde. Fomos acompanhados por uma cadela que recebeu até nome.

Na rodoviária, o furdúncio de sempre. Um pagode esgolelava no bar da frente e o Lepo-Lepo no bar de trás, competindo pela clientela. Ficamos entre arriscar a passagem de volta de trem e comprar a de ônibus e preferimos o certo ao duvidoso. Felizmente tinha espaço para as crianças correrem em segurança nos 50 minutos que antecederam a chegada do ônibus às 19:00. Chegamos em BH às 22 horas.  A sensação geral é que tínhamos vivido uma aventura que durou muito mais tempo do que a metade do dia que dedicamos a ela. Recomendado.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ponto-adulto

Bebel pediu para ir para a casa da vizinha 6 da tarde. Resolvi fazer o teste. Se ela voltasse sozinha ás 7:30 ela ganhava um ponto-adulto, se eu tivesse que interfonar para a vizinha, zero pontos, se eu tivesse que ir lá buscar pela orelha,  -1 ponto-adulto. Ela ficou curiosa sobre esse novo sistema de medida. É para quem quer fazer as coisas sem a mãe ficar matraqueando atrás.

Não sei porque, eles são crianças mas às vezes parecem adultos-anões. Mais do que meramente obedientes,  são responsáveis e empáticos.Bebel chegou pontualmente às 7:30 e explicou que saiu da casa da amiguinha às 7:27 para chegar a tempo.