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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Presente de Natal


Nós estávamos organizando a caixa de brinquedos:
- Eu lembro do dia que a gente ganhou esse brinquedo!
Tentei lembrar. Nada.  Eu comprei? Eles ganharam de alguém? Para despistar pedi dicas:
- Quem estava com a gente?
Mas eles não caíram na armadilha.
- Você não lembra?
Não. Eu não tinha a menor ideia sobre as circunstâncias em que aquele brinquedo entrou para a família. A saída foi a brutal sinceridade.
- Não.
- Foi em tal lugar, a gente estava com tais e tais pessoas.

Feliz Natal! Meu melhor presente são esses HD´s externos à disposição!

sábado, 12 de dezembro de 2015

A foto do face


A festa era de adulto. João esperou o momento menos barulhento possível para me gritar do outro lado da sala:
- Mas você não falou que era só para tirar uma foto e ir embora?

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Imagem & Ação

Estávamos jogando Imagem & Ação. Vale mímica e responder sim e não.

João arrastava-se pelo chão:

-  É um animal?
- Sim.
- Cobra! Peixe!

- Mora no mar?
-Sim.
- Tubarão! Baleia!




- É um peixe?
-Sim.
- Tubarão! Enguia!

- É mamífero?
- Sim
- Baleia! Golfinho! Peixe-boi.

- É humano?
- Sim
- Mergulhador!..

- É animal?
- Sim.
- ???

Estávamos nesse ponto quando o tempo acabou. João explicou:

- Era sereia! Meio peixe, meio homem.


sábado, 14 de novembro de 2015

Metamorfose ambulante




João queria  entender o que suas cartas pokemon diziam. A necessidade é a mãe da experiência. Ficava catando as letras, organizando as ideias, concentrado. Bebel implicava: "Você não sabe lê-er, eu sê-ei". ele não refutava. Fiquei fora 15 dias. Quando voltei, a primeira coisa que João falou foi: "Agora eu já sei ler!". Idade: 6 anos e 4 meses.  Bem vindo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Técnica Pretinha de obtenção de alimento


Quando a cachorrinha ainda estava por aqui, observamos a "técnica Pretinha de obtenção de alimento". Ela só precisava era ser fofinha e ganhava comida sem precisar fazer esforço. Assim como as crianças. Eles entenderam o recado e dão "viva!" á riqueza de todos os dias ter almoço quentinho na mesa quando chegam da escola. 

Não é pouca coisa aprender que  nada brota no supermercado, na geladeira, em cima da mesa. A comida tem um caminho que passa pelo trabalho de comprar, transportar, cozinhar e que, depois, ainda sobra um monte de vasilhas na pia. 

Além disso, chamo atenção para os luxos a que estamos tão acostumados que parecem direitos perpétuos e naturais: abrir a torneira e sair água, ter sistema de esgoto, sempre ter alimento disponível, ficar  doente e ir no médico, frequentar uma escola, não precisar andar a pé por necessidade, ter uma cama para cada um. 

É um esforço para criar cidadãos sem a mentalidade de que o trabalho físico/doméstico é menos importante (ou pior, desprezível e descartável).Eu sei por mim o valor desse trabalho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma tarde com a bruxa

La pedrera de San Isidoro -  Goya (1788)  

A tarde era na praça junto com grupos de  famílias, amigos, casais e cachorros. Mais à frente um grupo de mulheres comemorava com música, comida e muitas risadas. Mostrei para a família: "é uma convenção de bruxas". E expliquei: "são mulheres que estão em contato com os mistérios da natureza"  Todo mundo fez cara de que não levou aquele papo a sério.

Só que deu hora de ir embora porque, bruxa ou não, eu tinha que trabalhar. Protestos: "Ah não! Só mais um pouquinho". Como não tinha nem mais nem por que, apontei o dedo: "Se vocês não levantarem agora, eu vou deixar todo mundo com pele gosmenta de sapo". Não sei quem levantou mais rápido, o adulto ou as crianças.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pré-aborrecente


Bebel sempre foi meio precoce: além de bitela, andou, trocou dentes, tudo antes do que o manual previa. Pois ontem, nós tivemos o primeiro contato com seu monstrinho pré-aborrecente. Eu estava pelejando com os cabelos dela, que além de opor resistência, ainda reclamava:
- Você é a pior mãe de todas as dimensões, do passado, do presente e do futuro.
Ela é uma poeta.

Como eu já vi esse filme (desculpa, mamãe), entendi do que se trata. Existe o sentimento: estou com raiva do mundo e a culpa é da minha mãe. E todas as representações do mundo vão corroborar essa tese: o céu azul, o irmão que está assistindo TV, a escola, o carro, a vida, etc, etc.

A mãe, porto seguro, tem que aguentar o tranco porque educar tem disso: ajudar a entender o que está dentro, ajudar a se adequar ao razoável, impor a autoridade para o que tem que ser e e, principalmente, não levar para o lado pessoal. Porque é de lascar.

A adolescência ( e o recente advento da pré-adolescência) é o momento de diferenciar-se da família para construir seu próprio caminho. Quem tem boas raízes, pode desenvolver boas asas. O caminho é que não é reto. Felizmente, até aqui, deu tudo certo e Bebel e eu temos a parte boa do relacionamento mãe-filha. Se eu não perco a paciência e continuo o trabalho de formiguinha de educar, dali a pouco a gente está rindo do mimimi dela. No fundo, bem no fundo, é engraçado.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Adeus Pretinha


A nossa cachorrinha morreu atropelada .Nós tivemos a  experiência de quanto a morte é perto, súbita e definitiva. E como doí cotidianamente a ausência de quem se foi.

Se assistir o evento foi traumático, pior foi contar para as crianças e para a bisa. Fiquei tentada pela solução fácil : " amanhã de manhã bem cedinho a gente arruma outro cachorro, muitos  outros, milhares de vezes mais fofinhos, mas por favor, não sofram mais.."  Melhor não. Sofrer o luto é necessário.

Eu tenho fé de que, apesar do corpo físico da Pretinha ter morrido, a energia que animava o espírito dela continua e passeia entre o eterno e o terreno.  Nos parques em que fomos juntos e também nos que cachorros não são permitidos.

domingo, 4 de outubro de 2015

Pombos amazônicos


A conversa era sobre pombos. Que nós não devemos alimentá-los pois são pragas nas cidades e transmitem doenças. João, cheio de boas intenções:
- A gente tem é que levar para a Floresta Amazônica e soltar lá, não é?

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Não dê presente no Dias das Crianças


A notícia de hoje é "Com a crise, pais devem gastar menos no dia das crianças". 

As famílias não deveriam gastar nenhum real no dia das crianças, com crise ou sem crise. O melhor presente é ensinar o valor do trabalho, da educação, do lazer, da boa convivência com as pessoas. Brinquedinhos feito por escravos chineses viram lixo rapidinho. Assim como o tempo de trabalho investido para comprar a quinquilharia. E sem a desculpa que "é só uma lembrancinha". O presente é a lição sobre o valor das coisas, sobre a importância de poupar, sobre desapego do que é de desapego.

Um dia gostoso brincando vale muito mais e  fica na memória afetiva para sempre.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mundo adulto


Já avisei que o presente de 18 anos das crianças será uma conta para pagar. A partir daí, a casa vai deixar de ser uma Tirania para virar uma saudável República. Meus filhos vão ganhar passe livre para ir e vir e o conselho de darem notícias sobre o paradeiro. Já avisei que não vou prolongar a adolescência de ninguém pagando mais 5 anos de curso superior (exceto no caso de comprovada genialidade em alguma área e muita maturidade na vida).

Aos 18 anos, o meu presente vai ser o conselho para abrir mapa e escolher um lugar interessante  para viajar, estudar e trabalhar. Para aprender a viver fora do ninho da mamãe, para eles desbravarem por aí, crescerem e assumirem responsabilidades de gente grande.

Sinto muita pena de todos quando vejo adultos vivendo com os pais, tendo direitos de adulto e deveres de criança (às vezes nem esses). Avós, pais e filhos se ajudarem é lindo. Família é isso. Eu adoro co-habitar com outras gerações, mas morar de graça  é coisa para criança ou incapaz. Que meus filhos aprendam essa cartilha.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Profissão Professora


Dou aulas em uma Pós à distância para professores da Educação Básica. As crianças me viam no computador e ficavam azucrinando. Expliquei que estava trabalhando e mostrei o que estava fazendo:
- Ah! então voce é professora de professoras?!..
Senti meu status atingindo a estratosfera:
- Sou.
Eles se deram por satisfeitos e foram fazer outra coisa. Dali a pouco Bebel voltou:
- Mas por que você não dá logo aula para as crianças?

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Realismo fantástico


Bebel e eu conversávamos com uma mãe e sua filha de 5 anos sobre a nossa cachorrinha. Eu contava que quando eu ia levar as criança na escola, às vezes Pretinha ia junto e quando as crianças desciam do carro, ela ficava latindo:
- Me leva! Me leva! Me leva!
A mãe e a  menina olharam espantadas.
Bebel ainda tentou consertar:
- Em cachorrês.
A mãe me corrigiu, falou que era brincadeira, eu concordei, rimos juntas e acabou o assunto.

Depois eu fiquei pensando. Eu criei as crianças em um mundo meio fantástico. Até elas descobrirem que não, banheiro químico não era semente de prédio, carro não era a criança do caminhão, as plantas e animais não tinham opiniões sobre tudo, bem e mal são força da natureza tão físicas quanto pessoas. Achei uma delícia vê-los pouco a pouco aprendendo a distinguir e, ao mesmo tempo, mantendo um olhar divertido e onírico em relação à realidade. 

Só que eu  preciso aprender a ter cuidado com isso na relação com outras crianças. 

sábado, 12 de setembro de 2015

É a Geografia...

A história era sobre irmãos que iam para oeste, estudar em um templo de artes marciais chinesas. Eles começaram na Amazônia, atravessaram o oceano, passaram por um deserto africano e, quando estavam de trenó passando pelo Pólo Norte, fui interrompida:
- Peraí. Se eles estavam indo para a China, porque iam passar pelo Pólo Norte?

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Coisa de criança

- João, que é isso no seu queixo? Ralado ou canetinha?
- Depende. Que cor que é?

domingo, 16 de agosto de 2015

2.491.109 pessoas

A gente passava numa rua que dava vista para a cidade inteira. João:
- Mamãe, quantas pessoas tem em Belo Horizonte, contando com a gente?

sábado, 8 de agosto de 2015

Sobre os anjos


Essa foi do meu sobrinho de 4 anos. Minha irmã contava para ele que tinha ido em Ouro Preto e visto uma igreja muito linda, toda de ouro e cheia de anjinhos:
- Eles estavam todos vivos?

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A bolacha, o biscoito e o trem


- O que é uma tese?, Bebel queria saber
Comecei a preleção enfatizando a importância da educação, blá blá blá. até ter a ideia de perguntar porque ela queria saber.
- É que na Revistinha da Mônica, o Louco queria fazer uma tese sobre se o certo era bolacha ou biscoito.

Hoje, uma amiga publicou no face o resultado dessa tese.


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ponto de ebulição



Ganhei um tênis amarelo radioativo e Bebel veio com essa:
- Mamãe, esse tênis é igual o seu cabelo.
- Como assim?
- Escaldante

segunda-feira, 29 de junho de 2015

São tantas emoções....

Era de noite, num frio daqueles e a gente estava emboladinho contando histórias de dormir. Eu achei tão gostoso, que não me contive:
- Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento liiindo...
Bebel, prática:
- Mamãe, pára com os sentimentos e continua a história.

Crise


Custamos, mas achamos um sapato que atendesse às expectativas:
- Que lindo sapato, Bebel! Quem escolheu?
Ela:
- O preço.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A solicitada


- João, avisa Bebel que ela está sendo solicitada aqui.
Ele foi, voltou, sentou e continuou brincando.
- Uai, João. Você falou com Bebel?
- Falei. Mas a gente não sabe o que é solicitada.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Avatar

João:
- O que é que o jogo está me pedindo aqui?
- Que você dê um nome para seu avatar.
Ele não teve dúvidas:
- João Serpente Sinistra.

sábado, 6 de junho de 2015

A risada da malévola

A cada coisa que eu pedia (ou mandava), escutava um por que:
- Por que eu preciso tomar banho? trocar de roupa? usar meias? usar calça comprida? almoçar? ir dormir agora? colocar cinto de segurança?
Todos os dias, várias vezes por dia. Como isso foi torrando a minha paciência, mudei a estratégia:
- Porque eu sou muito malvada. Há!Há!Há!
Não sei o que eles combinaram, mas vieram em comitiva, João de porta-voz:
- A parte da maldade, tudo bem, mas se você der outra risada de malévola, vai ter que pagar multa de R$50 para a gente.

sábado, 16 de maio de 2015

Quanto pior, melhor


Toda noite tem história de dormir. Eu venho testando os formatos, observando os temas que dão ou não ibope. Sempre tem dois heróis, um menino e uma menina e, de uns tempos para cá, uma cachorra doida, parecida com a Pretinha. Os papéis variam. Tivemos a série feiticeiros poderosos, cientistas, viajantes do tempo, mas o que eles gostam mesmo são dos órfãos que não tem ninguém, nem comida, nem dinheiro e dormem debaixo da ponte. As personagens sofrem a semana toda, são protegidos pela cachorra doida e só tem a redenção na sexta feira, depois de dias e dias de perrengue. .


Desde criança eu tenho implicância com histórias meramente felizes, que querem ensinar bons valores sem metáforas, descaradamente. Meus filhos também não gostam. O que eu aprendi como contadora de histórias é que quanto pior, melhor. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

As alternativas do rebelde

- João, vai colocar uma camisa. Tá frio.
- Não quero.
- Vou tem duas opções a) você põe a camisa sozinho, b) eu coloco a camisa em você.
- Nenhuma das anteriores.

sábado, 9 de maio de 2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Questione o líder


Obedecer o adulto responsável que cuida e ensina é demonstração de boa educação, respeito e inteligência.
Se deu tudo certo, na primeira fase da vida, a criança desenvolve boa índole e  aprende a controlar os impulsos suficientemente para conviver bem com outras pessoas.
A próxima etapa é desenvolver consciência crítica para identificar e acompanhar os bons exemplos 

Os pontuais


Ontem eu atrasei a turma pela manhã. Às 6:40 estavam os dois prontinhos, cabelo penteado e dente escovado e eu não tinha nem tomado café:
- Vamos, mamãe.
- Eu não saio sem comer. Quer quiser carona, espera. Quem não quiser, pode ir de ônibus.
- Cadê o vale transporte?


domingo, 26 de abril de 2015

Brincadeira de criança

- Mamãããããe. Ele(a) me bateeeeeu!!
- E de que vocês estavam brincando?
- De chutar o outro no ritmo da múúsica.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Um homem de método

Era uma festa em que a presença das crianças não era obrigatória:
- Vamos, João?
-Vai ser barulhento?
- Só um pouquinho.
-Quantos por cento barulhento?
E deu as porcentagens toleráveis e intoleráveis.
Melhor deixar ele em casa.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Revistinhas


Para comemorar não o aniversário, Natal ou Dia das Crianças e sim a disciplina da crianças com seus deveres de casa, dei de presente uma assinatura da Turma da Mônica. As revistinhas chegaram no mesmo dia em que li o artigo de Maurício de Sousa  Quadrinho é Literatura

Maurício de Sousa, Monteiro Lobato, Fernando Sabino e Carl Sagan são meus heróis desde a infância.  Eles ajudaram a formatar em ideias muitas das minhas intuições. Graças aos meus pais e ao Maurício de Sousa, eu fui daquelas crianças que aprendeu a gostar de revistinhas antes de aprender a ler. O hábito de ler nunca me abandonou,  me valendo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

Ontem, as crianças perguntaram o que eu ficava fazendo quando era criança, já que não existia internet, computador e celular:
- O mesmo que vocês, uai. Brincava, passeava, lia revistinha da Turma da Mônica..
Porque as infâncias felizes são parecidas.


Porque é isso mesmo. Brin  


"O que vamos fazer hoje?"


Filho não cansa de surpreender a gente:
No meio do feriado, pedi uma sugestão antes que cada um enraizasse no sofá grudado em um equipamento eletrônico:
- O que é que nós vamos fazer hoje?
- Ir num cemitério.
A sugestão foi do João e não tinha como nem porque voltar atrás. Escolhemos o Cemitério do Bonfim para passar a manhã. Temos a tese de que São Tomé  sobe a montanha para ver o que é que tem do outro lado. Nós nunca tínhamos ido em um cemitério juntos e as crianças tinham uma ideia totalmente diferente do que seria um. Vimos túmulos de ricos, de pobres, com estátuas tristes, com estátuas esperançosas, muitas cruzes. Curiosidade satisfeita, espíritos aventureiros apaziguados voltamos a tempo do almoço.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Hoje eu só quero que o dia termine bem

A gente acorda e tem as atribuições do dia a dia: conta para pagar, trabalho para fazer, cuidar das crianças... O que não se espera mas que acontece é uma criança acordar doentinha. Levei no médico e CABUM recebemos a notícia de suspeita de apendicite e a indicação que era para ela ficar em jejum até a consulta com a cirurgiã pediátrica. Um exame de sangue, um ultrassom,  mais um médico e voltamos para casa com o diagnóstico de uma simples virose. Não tem palavras para descrever a sensação de um filho querido dormindo quentinho na nossa cama em vez de estar em um bloco cirúrgico. Mais uma graça alcançada na estrada da maternidade.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Hora de dormir


João estava meio sonolento e me chamou para eu contar a história logo para ele ir dormir. Pedi uma sugestão de tema. O básico: um dragão aquático, um terrestre e um aéreo. Depois do "Era uma Vez, um Rei que achou 3 ovos de dragão"... João começou a dar mais orientações sobre a história. Não era rei, era presidente porque a história acontece no Brasil. E não era ovo de dragão, eram já uns dragõezinhos maiores. Foi só dar corda. Em poucos minutos, ele estava  pulando na cama, contando sobre elementares, mestres ninja e outras forças da natureza. E um furacão levou o sono embora.

domingo, 29 de março de 2015

Os redondinhos



A festa era só para crianças mas eu não pude perder a ocasião:
- Querem que eu vá com vocês? Para ajudar se alguém precisar ir no banheiro. Se precisar da mãe, eu vou estar lá bem pertinho...
João retrucou do alto de sua vasta experiência de vida:
- Pode deixar que eu se viro sozinho.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Vôo solo


Criança tem que ter vida social porque família é bom, mas amiguinho é bom também (às vezes até melhor). Os dois tem recebido convites para bater as asinhas por aí e conhecer outros ares além dos que a família proporciona. O meu conselho antes do vôo solo é: "Seja quem você é." Combino com a mãe da outra criança o horário de buscar e fico aguardando cheia de expectativa e apreensão. A gente confia na educação que deu, na família da outra criança mas não preocupar nem um pouquinho é pedir demais, não é?

quarta-feira, 18 de março de 2015

Geração Z


- Mamãe, a gente já pode sair do detox?
Era um dos dois querendo saber se já podia sair da desintoxicação de tecnologias e jogar computador, celular e assistir netflix ao mesmo tempo.
- Não. Vai brincar de outra coisa..
- Só com brinquedos não elétricos?!!
Leva um tempo para eles voltarem a ser como as crianças de antigamente.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Ex-analfabeto

- Mamãe, o que é pissô?
- Não sei, João.Deve ser francês. Peraí que eu vou dar um google.
Bebel adiantou-se:
- É piso. Olha a placa.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Detox

Se deixados inertes, os nativos digitais perdem-se no mundo virtual.

São jogos no computador, no celular, Netflix que podem durar o dia inteiro. Vamos combinar que pode ser bastante cômodo para aqueles momentos que precisamos de silêncio, paz e tranquilidade. Mas dói quando o sol está chamando do lado de fora, quando o dever de casa está chamando na mochila. 

Falar que acabou e que é hora de desligar tudo desperta as reações de adicto:
- Não! Não! Não! Sua mandona! 

Expliquei que íamos fazer um detox de tecnologias. Durante a tarde, teríamos que viver sem celular, computador e telefone. Quem ficasse pianinho, poderia ficar sem detox  partir das 18:00 até a hora de dormir.  Por outro lado, eu também tenho que entrar no detox, senão eles reclamam. 

Do tempo do guaraná de rolha

Contei para as crianças que quando eu era menina pequena, só se usava dinheiro e cheque. Elas já sabem que eu sou do século passado, de antes da internet, computador, celular, da TV colorida, do cinema falado, mas de antes do cartão de crédito ?!! Tive que achar um talão de cheque no fundo da gaveta para explicar como é que era.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

As chances de convencer

- Mamãe, qual a chance de assistir televisão?
Achei bonitinho e dei uma risada. Isso deve ter encorajado ele:
- E a chance de usar seu computador? Nenhuma? Pouca? Só um pouquinho pode, não é?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Retratos afetivos

1-
João perguntou:
- Mamãe, o que que é isso?
- Tomate seco, experimenta.
Ele provou:
- Prefiro o molhado mesmo.


2-
Estava colocando as crianças para dormir. A história começou bem mas à medida que o meu sono chegava, personagens apareciam do nada, teletransportavam-se arbitrariamente.
Bebel reclamou, acordadíssima:
-  Mamãe, essa história não está fazendo sentido nenhum.


3-
João:
- Quantas voltas na piscina a gente consegue dar até a aula da Bebel acabar?
- Vinte.
- Quando chegar na "Víntima" você avisa?