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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pré-aborrecente


Bebel sempre foi meio precoce: além de bitela, andou, trocou dentes, tudo antes do que o manual previa. Pois ontem, nós tivemos o primeiro contato com seu monstrinho pré-aborrecente. Eu estava pelejando com os cabelos dela, que além de opor resistência, ainda reclamava:
- Você é a pior mãe de todas as dimensões, do passado, do presente e do futuro.
Ela é uma poeta.

Como eu já vi esse filme (desculpa, mamãe), entendi do que se trata. Existe o sentimento: estou com raiva do mundo e a culpa é da minha mãe. E todas as representações do mundo vão corroborar essa tese: o céu azul, o irmão que está assistindo TV, a escola, o carro, a vida, etc, etc.

A mãe, porto seguro, tem que aguentar o tranco porque educar tem disso: ajudar a entender o que está dentro, ajudar a se adequar ao razoável, impor a autoridade para o que tem que ser e e, principalmente, não levar para o lado pessoal. Porque é de lascar.

A adolescência ( e o recente advento da pré-adolescência) é o momento de diferenciar-se da família para construir seu próprio caminho. Quem tem boas raízes, pode desenvolver boas asas. O caminho é que não é reto. Felizmente, até aqui, deu tudo certo e Bebel e eu temos a parte boa do relacionamento mãe-filha. Se eu não perco a paciência e continuo o trabalho de formiguinha de educar, dali a pouco a gente está rindo do mimimi dela. No fundo, bem no fundo, é engraçado.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Adeus Pretinha


A nossa cachorrinha morreu atropelada .Nós tivemos a  experiência de quanto a morte é perto, súbita e definitiva. E como doí cotidianamente a ausência de quem se foi.

Se assistir o evento foi traumático, pior foi contar para as crianças e para a bisa. Fiquei tentada pela solução fácil : " amanhã de manhã bem cedinho a gente arruma outro cachorro, muitos  outros, milhares de vezes mais fofinhos, mas por favor, não sofram mais.."  Melhor não. Sofrer o luto é necessário.

Eu tenho fé de que, apesar do corpo físico da Pretinha ter morrido, a energia que animava o espírito dela continua e passeia entre o eterno e o terreno.  Nos parques em que fomos juntos e também nos que cachorros não são permitidos.

domingo, 4 de outubro de 2015

Pombos amazônicos


A conversa era sobre pombos. Que nós não devemos alimentá-los pois são pragas nas cidades e transmitem doenças. João, cheio de boas intenções:
- A gente tem é que levar para a Floresta Amazônica e soltar lá, não é?

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Não dê presente no Dias das Crianças


A notícia de hoje é "Com a crise, pais devem gastar menos no dia das crianças". 

As famílias não deveriam gastar nenhum real no dia das crianças, com crise ou sem crise. O melhor presente é ensinar o valor do trabalho, da educação, do lazer, da boa convivência com as pessoas. Brinquedinhos feito por escravos chineses viram lixo rapidinho. Assim como o tempo de trabalho investido para comprar a quinquilharia. E sem a desculpa que "é só uma lembrancinha". O presente é a lição sobre o valor das coisas, sobre a importância de poupar, sobre desapego do que é de desapego.

Um dia gostoso brincando vale muito mais e  fica na memória afetiva para sempre.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mundo adulto


Já avisei que o presente de 18 anos das crianças será uma conta para pagar. A partir daí, a casa vai deixar de ser uma Tirania para virar uma saudável República. Meus filhos vão ganhar passe livre para ir e vir e o conselho de darem notícias sobre o paradeiro. Já avisei que não vou prolongar a adolescência de ninguém pagando mais 5 anos de curso superior (exceto no caso de comprovada genialidade em alguma área e muita maturidade na vida).

Aos 18 anos, o meu presente vai ser o conselho para abrir mapa e escolher um lugar interessante  para viajar, estudar e trabalhar. Para aprender a viver fora do ninho da mamãe, para eles desbravarem por aí, crescerem e assumirem responsabilidades de gente grande.

Sinto muita pena de todos quando vejo adultos vivendo com os pais, tendo direitos de adulto e deveres de criança (às vezes nem esses). Avós, pais e filhos se ajudarem é lindo. Família é isso. Eu adoro co-habitar com outras gerações, mas morar de graça  é coisa para criança ou incapaz. Que meus filhos aprendam essa cartilha.