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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Experiência

A idade pode trazer sabedoria mas tira colágeno, e no meu caso, também a saúde dos ligamentos do tornozelo. Resultado: muletas e bota ortopédica. As crianças adoraram a novidade e estão descobrindo em quantas coisas (mais ou menos perigosas) uma muleta pode se transformar. Com as mudanças na rotina, descobri 2 crianças bem mais independentes do que eu imaginava,

Chegou da escola famintx? Esquentou a janta no microondas.Perdeu escova, pasta, lancheira? Ema, ema, ema, cada um com seu problema.  As tarefas da horta que era minha responsabilidade foram delegadas sem que os trabalhadores se revoltassem. As bagunças tem sido arrumadas pelos próprios bagunceiros, do jeito que tem que ser.

Daqui pra frente, começa a próxima etapa do desafio. Como não posso fazer atividade física, em poucos dias começa a rabugice, uma tensão que fica sobrando pra todo mundo.  Já avisei e vou fazer esforço para me controlar, mas costuma acontecer. A vida é a mãe da experiência.




quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Colônia de Férias



Organizar a Colônia de Férias, a primeira do Educanto,  foi unir o útil ao agradável. Sou professora e tiro férias escolares, mas conheço de perto o perrengue de quem sai para trabalhar e deixa crianças ociosas o dia inteiro em casa.

Anunciei a Colônia de Férias entre os amigos, nas redes sociais, na escola dos meus filhos e os pioneiros vieram. Algumas crianças eu já conhecia, outras não. Expediente de 8:00 às 18:00 durante a segunda quinzena de julho, com todas as refeições incluídas.  Nada que eu já não fizesse de graça, sem hora para terminar.

Circularam por aqui uma média 12 crianças de 2 a 11 anos. A programação balizou sem engessar. Teve quem levasse o prato para a cozinha pela primeira vez , quem largou o bico no carro, quem descobriu que suco de maracujá vem da fruta, quem se virou no banheiro  e trocou de roupa sozinhx. Teve quem plantou, fez buraco, comida de mentira, guerra de balão, desenhou no muro. Teve tombo e criança emburrada, para não dizer que só falei de flores.  Faz parte.

Alimentar 10 crianças exige sabedoria  e foi uma das muitas atribuições da Silea, a corajosa que me acompanha nestas empreitadas. Tem menino que gosta disso e não gosta daquilo. Que só quer comer fora de hora, que só quer almoçar arroz. Eu não obrigo criança a comer, mas regulo o acesso aos alimentos. Não almoçou nada e quer biscoitinho 13:30? O próximo lanche é às 15:00. Salade de frutas e torta de frango não deram ibope. Pipoca e bolo com nome de cupcake bombaram. Observei que, em ambientes tranquilos,   o mais resistente dos inapetentes (de hora de almoço) vai se liberando de ser pirracento e come o que o satisfaz. Sem pressão.

Fizemos a programação, cardápio, preparei brincadeiras e deixei rolar. Fato que criança gosta é de brincar com criança. Não precisa de quase nada, só espaço e criatividade. Melhor se tiver areia, piscina, revistinha, brinquedos, lama, pokemon. Às vezes todo mundo junto, às vezes separado.

Aprendemos muito e, mais importante, as crianças gostaram. Em janeiro tem mais.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mamãe, vem brincar de pique!


Se as crianças te chamam para brincar de pique-pega, pique-alturinha, zumbi melancia ou qualquer uma das variações do tema, você pensa:

a) Oba! Atividade física!
b) Oba! Atividade lúdico-pedagógica!
c) Poder da invisibilidade, ativar!

Sei. ;-)

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Vitamina S: por um mundo com menos mimimi

Limpeza e segurança em excesso são um perigo para a saúde e tiram vida da vida, que nem frescura. Em tempos de paz e saneamento básico, faz sentido ficar cheio de mimimi? Dá-lhe terra, dá-lhe chão. As crianças saudáveis aguentam.



As Vitaminas S, aqueles anticorpos físicos e psicológicos que se ganha com experiências de autonomia, fazem bem. Caiu? Ralou? Tá doendo? Nós assustamos com tombo, mas a maioria deles é pra ensinar.  Se tá sangrando, beijinho e baba de mãe, cheia de anticorpos. Band-aid ajuda também. Se não tem sangue,  consegue mexer o lugar machucado? Se sim, tchau. Se o sofrimento está demais, gelo e sossego. Entrar no drama atrapalha, mas quem nunca?

Nas férias de julho, mexemos com água (e lama) quase todo dia. Teve concurso de mais sujo (disputadíssimo), de mais limpinho (com uma campeã invicta), de boca-roxa, de volta em volta da casa correndo (e tropicando). Quem ficava com frio, pegava a toalha e trocava de roupa. Mas não podia voltar. Daí que quem sabe o quanto a gente aguenta é a gente mesmo. E férias de criança sem um machucadinho deve ter sido bem chata.




segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tchau, Férias!

Quando eu era criança, no século passado, as férias eram no quintal de casa, com a meninada da vizinhança, de manhã até de noite. E não tinha nada melhor! Meus pais trabalhavam o dia inteiro e a vida era essa.

Li o texto Que férias são essas?  sobre a canseira que dá o suposto cronograma de diversões obrigatório das férias de hoje em dia. A verdade é que o legal das férias é a liberdade. O ideal (para adultos e crianças) é ter um tempo para só fazer o que gosta. E criança gosta de brincar, de preferência com outras crianças, de preferência ao ar livre.

Adulta, morando com crianças pequenas em um apartamento minúsculo, as férias viraram um desafio. Tiro férias junto com as escolas e me desdobrava para que meus filhos não virassem zumbis na frente da TV ou celular. A gente saía todo dia para clube, praça, visita, museu, parque, etc...Passear é uma delícia, mas como única alternativa, cansa. E dá-lhe apartamento! Daí que eu entendo as famílias que se engajam em (às vezes intensas) programações infantis.



Quando mudamos para casa com quintal, mudou também a nossa relação com o tempo livre. Ficar em casa, no quintal, na horta, ao ar livre, pé no chão, passou a ser o melhor programa do mundo. Isso tudo chama as crianças, muitas crianças.  E elas vieram.



Não fui no shopping, no cinema, na oficina de brinquedos reciclados. Não combinei "a melhor hora para brincar" com ninguem. Igual antigamente. Viva as férias!