Passou um carro em cima de um reboque. Perguntei:
- O que é aquilo?
- É a mamãe levando seu filho para passear, respondeu João. E completou: quando o carro crescer ele vai virar um caminhão. Não é, mamãe?
- Seu bobo, disse Bebel. Carro é coisa. Não vira caminhão. O carro está lá porque acabou a gasolina. Não é, mamãe?
É interessante ver as transformações no jeito deles verem o mundo. Eu ensinei que distinguir a brincadeira da realidade é coisa de criança grande. E que João tem uma irmã boa professora para isso.
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012
terça-feira, 27 de novembro de 2012
João literal
Estava com João no colo escutando o noticiário. Ele ia repetindo para ele mesmo as palavras que faziam algum sentido para o seu universo: polícia, ônibus. Até que teve uma expressão que foi demais:
- Onda de crimes?!?!?! Aí molha as pessoas?
Hoje de manhã:
- Mamãe, o pipiu da Bebel ficou para outra menina?
Piaget e Freud explicam.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Televisão, Cultura e uma mãe coruja
Por questões variadas, tirei a TV a cabo e instituí: "criança aqui em casa só assiste o canal Futura". Mais difícil foi convencer a ajudante que fica com as crianças a noite enquanto eu dou aulas que ela só ia ver a novela aos sábados, na própria casa. Felizmente ela aceitou bem.
De manhã, a programação é infantil mas à noite tem documentários e outros programas de adulto. Foi por causa disso que se deu o seguinte diálogo hoje no almoço:
-Sabe o mundo.doc, mamãe?
- Parte 5, completou o João.
- Era sobre o que?, perguntei
- Era sobre a escola das crianças na china. Elas ficam muitos dias morando na escola.
- É mesmo?
- Aí elas aprendem a fazer tudo sozinhas. E quando voltam para casa sabem tudo.
- É mesmo? E elas não ficam com saudade de casa?
- Não porque os colegas viram irmãos.
- Vc ia gostar de estudar numa escola dessas?
- Ia. Mas eu já sei fazer tudo sozinha.
Pois é, e só tem 5 anos.
De manhã, a programação é infantil mas à noite tem documentários e outros programas de adulto. Foi por causa disso que se deu o seguinte diálogo hoje no almoço:
-Sabe o mundo.doc, mamãe?
- Parte 5, completou o João.
- Era sobre o que?, perguntei
- Era sobre a escola das crianças na china. Elas ficam muitos dias morando na escola.
- É mesmo?
- Aí elas aprendem a fazer tudo sozinhas. E quando voltam para casa sabem tudo.
- É mesmo? E elas não ficam com saudade de casa?
- Não porque os colegas viram irmãos.
- Vc ia gostar de estudar numa escola dessas?
- Ia. Mas eu já sei fazer tudo sozinha.
Pois é, e só tem 5 anos.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
A progressiva e eu
Criei coragem para radicalizar com meus cabelos constantemente ressecados. As hidratações power não funcionavam e eu vivia desgrenhada. Num impulso fiz uma progressiva, apesar dos conselhos contrários. Eu tenho que ser prática. Nas horas seguintes senti a cara das pessoas.
Tive sensações ambíguas. Se o objetivo do cabelo é ficar brilhante, macio e arrumado, o tratamento resolve. Se cachos e volume fazem parte da personalidade, é um problema. Eu fiquei me estranhando no espelho. No trabalho, as mulheres perceberam o dilema. Na média, escutei mais elogios do que evasivas. Ou quis escutar mais elogios, sei lá. Lembrei de Zé Ramalho: “Ô vida de gado, povo marcado êê povo feliz” quando vi a massa de cabelos alisados no metrô.
Quando Bebel acordou e viu, gostou.
Tive sensações ambíguas. Se o objetivo do cabelo é ficar brilhante, macio e arrumado, o tratamento resolve. Se cachos e volume fazem parte da personalidade, é um problema. Eu fiquei me estranhando no espelho. No trabalho, as mulheres perceberam o dilema. Na média, escutei mais elogios do que evasivas. Ou quis escutar mais elogios, sei lá. Lembrei de Zé Ramalho: “Ô vida de gado, povo marcado êê povo feliz” quando vi a massa de cabelos alisados no metrô.
Quando Bebel acordou e viu, gostou.
domingo, 18 de novembro de 2012
Boazinha
Feriadão eu estava corrigindo os trabalhos finais de 120 alunos. Trabalhava e acompanhava as crianças brincando. Uma hora, Bebel veio pro meu colo e perguntou o que eu estava fazendo. Mostrei a pilha de papel e o que estava nas minhas mãos. Ela surpreendeu-se com a quantidade de escritos meus nos trabalhos pois está acostumada a corações e beijos que a professora dela escreve nos seus caprichadíssimos deveres de casa. Perguntei quantos pontos ela achava que eu devia dar para o trabalho que eu corrigia:
- Ah, mamãe. Dá dez....
- Ah, mamãe. Dá dez....
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Imparcial
Eu com João no colo:
- Quem é o menino mais lindo do mundo da mamãe?
-Eu.
-E o mais forte? Mais inteligente?
-Eu. Eu.
- Quem é a coisa mais maravilhosa da vida da mamãe?
- A Bebel
- Quem é o menino mais lindo do mundo da mamãe?
-Eu.
-E o mais forte? Mais inteligente?
-Eu. Eu.
- Quem é a coisa mais maravilhosa da vida da mamãe?
- A Bebel
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
A prática
Estava na cama com Bebel, colocando ela para dormir:
-Sabe qual a primeira coisa que eu faço quando acordo, filhinha?
-?
- Pensar em como é bom ser sua mãe e do João.
- Sabe a primeira coisa que você devia fazer quando acorda?
-?
-Me acordar.
-Sabe qual a primeira coisa que eu faço quando acordo, filhinha?
-?
- Pensar em como é bom ser sua mãe e do João.
- Sabe a primeira coisa que você devia fazer quando acorda?
-?
-Me acordar.
Madurinho madurinho
Bebel ganhou uma bicicleta. As crianças acompanharam o processo da hora em que os pedaços de bicicleta sairam da caixa até ela ficar pronta para uso. Ao final da última etapa, encher os pneus, João observou:
- Os pneus amadureceram.
- Os pneus amadureceram.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Alguma coisa acontece no meu coração
As crianças foram passar o feriado com o pai e eu fui para São Paulo, em excelente companhia. Tenho uma admiração caipira pela cidade e estava louca para rever a Av. Paulista, Masp, Ibirapuera, ir na Bienal, no MAM, comer em bons restaurantes. Como o tempo era pouco, foco nos clichês dos clichês turísticos. Liberei o ser amado para que fosse no Salão do Automóvel em companhia de quem gosta de carros, o que não é meu caso. Ganhei uma tarde inteira de ócio.
O feriado foi uma delícia. Namorar é uma delícia. Apesar dessa realidade irrevogável, as crianças fizeram falta. Lembrei delas com um aperto no coração quando vi o parquinho no Trianon. Pensei em mostrar vários quadros e esculturas no Masp. rir com elas das bizarrices da Bienal. No Ibirapuera, quando já estava em crise de abstinência por estar a mais de 48 horas sem cheira-las, senti que as traía por estar lá e elas não. Coisas de mãe saudosa.
Comi sem cortar comida que não estivesse no meu prato, só fui ao banheiro sozinha, dormi e acordei no ritmo adulto, não disputei o tablet com ninguém, dediquei-me exclusivamente ao namorado e foi tudo de bom. Mas que fica uma falta, isso fica.
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