A viagem de trem estava prometida há muito tempo. Saímos às
7:30 da Estação Central para a Estação Dois Irmãos em Barão de Cocais. O grupo
de amigos estava equilibrado: 3 adultos
e 3 crianças; 3 meninos e 3 meninas. Chegamos às 9:02 em ponto.
Na Estação, perguntei para o guarda e para a zeladora se eles
indicavam um motorista para nós. Eles me
deram o telefone de um, liguei e em 10 minutos ele nos buscou. Na
conversa com as pessoas da cidade que estavam por ali, recebemos algumas dicas.
Fomos para Cocais ver o Sítio Arqueológico de Pedra Pintada,
a 3,5 km de Barão de Cocais. Trata-se
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdXf30_CMdt20MK8PPZCXRJ-_STUncfZRE_K5buMWUVOpnwNpsuRL3FDlxYxDTnX15GpC-2cbx1dau9t20wB-Bt1gUn9HqL8m3XmbHZbEqvxQOpJbCUpMS5PHeb7fzEJZhxg3LY7W9yWas/s1600/bebel.jpg)
de uma propriedade particular. A família,
que mora no local, nos recebeu com hospitalidade. Modesto nos acompanhou pelo percurso
e deu aula sobre as pinturas rupestres que datam 10.000 anos .
São 122 pinturas feitas com pigmentos minerais
em várias tonalidades: amarelo, laranja, vermelho, marrom, preto. O
primeiro a identificar o valor cultural dessas pinturas foi Peter Lund.
![](https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQEX6fkho6J083rJmnz-wzRh2tNDPWotDCWysb_3l8h1wvNxdD7AQ)
Guardado por abelhas, o caminho leva a três painéis, onde tem
principalmente desenho de
animais e
marcas que podem ser para contagem, comunicação. O último painel é a
representação de um parto de cócoras.
Segundo
o site do
Sítio Arqueológico de Pedra Pintada: a localização das pinturas descarta um objetivo ornamental.
O local apresenta características
ritualísticas e não parece ter sido usado para moradia no passado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzb89FfilXVbY1bmQvNm6-KKNRnMP4YIMj4BXEaJQyNvQROsyBH8ZrfrzJhvudZUX20SFV14o5KZLRC7IBmSQI9N5Q5zSWzugnJwug4_Suj4juj98qG-H9A8_N5r23oAdKlN78koc2AEV3/s1600/crian%C3%A7as.jpg)
Almoçamos meio dia. Com crianças, é melhor seguir certos
horários, mas se fôssemos só adultos, eu preferiria almoçar
4 da tarde. A indicação do restaurante foi
certa: Comida caseira, ambiente gostoso. Fomos fazer a sesta em uma das cachoeiras de Barão de Cocais.
O
critério de escolha foi menor tempo de
caminhada e maior segurança para as crianças. A tarde foi agradável, com sol,
sombra e
água fresca.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tYwqR5gDvo55vL4CjeUQC-Nnowp-Df9Y_pHtfXqhkKESSxYVVJSiZphreW94GULPfTA2l9REc6Gbgtyq8UuTh7c1p78_PCGMB5PJmexdooDTdBLyXPCW0=s0-d)
ÀS 16 da tarde o
motorista veio buscar a gente e nos deixou na porta da Igreja de São João
Batista, 1° projeto arquitetônico de Aleijadinho, cuja construção começou em
1764. O canto das devotas me fez "lembrar" do canto das pessoas que frequentaram o
local do sítio arqueológico. Não sei se fiquei observando os santos
e anjos barrocos ou se eles é que me observaram. Senti paz de espírito e acolhimento. Voltamos a pé, em caminhada de
25 minutos no final da tarde. Fomos acompanhados por uma cadela que
recebeu até nome.
Na rodoviária, o furdúncio de sempre. Um pagode esgolelava no
bar da frente e o Lepo-Lepo no bar de trás, competindo pela clientela. Ficamos
entre arriscar a passagem de volta de trem e comprar a de ônibus e preferimos o
certo ao duvidoso. Felizmente tinha espaço para as crianças correrem em
segurança nos 50 minutos que antecederam a chegada do ônibus às 19:00. Chegamos
em BH às 22 horas. A sensação geral é
que tínhamos vivido uma aventura que durou muito mais tempo do que a metade do dia que dedicamos
a ela. Recomendado.