A maritaca pousou estropiada em um fio no quintal.
Devia estar voltando de uma briga feia. Silea viu, foi lá, esticou o dedo e a
maritaca subiu. Bati a foto uns minutos depois, quando a maritaca comia banana
no ombro dela. Já devia estar acostumada com pessoas. Avisamos a vizinhança. Meu
primo da diretoria da rádio peão do bairro não ficou sabendo de passarinho
fugido.
Foi assim que a maritaca entrou para a família. ELA porque é
A maritaca. Eu chamo de louro quando estamos conversando uma com a outra, mas é apelido. A maritaca ganhou poleiro, água e
comida e várias pessoas para conversar.
O dilema “Cortar ou não cortar as asas? ” respondeu-se com: “Eu
gostaria de ter as minhas asas cortadas?”. Quando melhorou da briga, a maritaca
voou para outras árvores. E voltou, por que com certeza é um bicho inteligente
e provavelmente sensível. A maritaca passa o dia e a noite fora mas visitar
várias vezes por dia, nem sempre na hora da comida. Do seu poleiro, manda
recados para seu bando de maritacas. Das árvores manda recados também para o seu
bando de pessoas, para não deixar a minha avó preocupada. Uma variação do amor.