Apesar de avisado para não colocar o copo cheio na cadeira em que estava sentado, João derramou todo o suco na roupa em pleno restaurante lotado. Todo molhado, fez beicinho para começar a esgoelar. Bebel apontou o dedo para a cara dele:
-"Fez xixi na calcinha! Fez xixi na calcinha!"
Aquilo pegou João e eu de surpresa, mas entendi o recado.. Apontei o dedo para ele:
-"Fez xixi na calcinha cor-de-rosa".
Primeiro ele ficou espantado, depois riu junto com a gente. Mais pessoas leves e bem humoradas no mundo.
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
A aldeia
Antigamente, nas aldeias, todo mundo cuidava de todo mundo. Havia
um sentimento de interdependência e cuidado mútuo. A
sobrevivência do grupo dependia dos esforços coletivos para produzir bens, alimentos,
cuidar das crianças e da segurança de todos. Hoje nos centros urbanos, mesmo apertadinhos
nos apartamentos e no trânsito, costuma reinar um cada-um-por-si
Quando preciso sair para trabalhar, pago para alguém cuidar das crianças.
Problema nenhum, exceto que algumas vezes, tive que delegar o cuidado dos
meus filhos para pessoas que não me
deixavam totalmente segura. Quem vive ou viveu o problema sabe que é uma das piores sensações que uma mãe pode ter.
Esse ano foi diferente. Em torno
do problema "gestão do cuidado de crianças", criou-se o sentimento de aldeia entre famílias aqui do prédio. Nasceu um movimento de rodízio para levar e buscar na escola, para uma cuidar do(s) filho(s) de outra para ajudar no cotidiano. O círculo de amizades entre mães e crianças se expandiu melhorando a qualidade de vida de todo mundo. Por sorte e felicidade, achei minha
aldeia nessa selva de pedras.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Num estalar de dedos
Sheldon condiciona Peny através de reforço positivo.
Desde que as crianças nasceram, condicionei um comportamento. Quando escutam o meu estalo de dedos, vem para o lugar do barulho. Funciona sempre. É instintivo. Muito mais eficiente que: “Filhonhôs, vem aqui. Vem”. Eles podem estar concentrados em alguma coisa ou no meio de um monte de gente. Vem num estalar de dedos. O que pode ser um alívio. Ter alguém que cuida da gente chamando para perto. Quando falo que é um adestramento, algumas pessoas ficam bravas: “Como assim você adestra crianças?” Não entenderam que até o celular adestra a gente quando faz barulho.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
A tosa
Semana que passou foi o dia de desbastar a cabeleira do João. Eu não queria, mas havia imperativos para adequa-lo às normas sociais. Báhh. Levei a turma no salão infantil. O profissional sentou João na cadeirinha e antes do protesto colocou um videogame na mão dele, hipnotizando-o. Na volta, passamos no shopping e quando João se viu num espelho gigantesco, constatou surpreso:
-Uai? Meu cabelo está cortado!...
-Uai? Meu cabelo está cortado!...
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
O mico da mãe
Um dia antes do início da ano letivo fomos levar o material escolar, conhecer
sala, professoras e colegas novos. Estávamos andando pela escola parta resolver
questões de atividades extra-curriculares, tesouraria e etc.
- Mamãe, a gente esta andando igual robô!
Lembrei do
Another Brick in the Wall, mas deixa pra lá.
- Que lindo! Eu vou rodopiar igual uma bailarina!,
provoquei.
Na cara de horror da Bebel eu escutei: “Tenho certeza de que
você faria isso, mas pelo-amor-de-Deus não me faz pagar esse mico”. Liberei ela
do vexame, mas sei que tenho uma ótima moeda de negociação quando eles
estiverem no Ensino Médio.
De onde vem os bebês
Eu estava esfriando o umbigo na pia enquanto as crianças
assistiam Futura. Não me dei conta que
passava um parto da TV. Tudo com muito respeito, mas o foco era na cara da mãe durante o parto normal. Vieram os dois querendo saber por onde saem os
bebês.
- Pela pepé ou pela barriga. Vocês saíram pela barriga.
- E dói?
- Eles dão um remedinho para não doer.
Vi como o tema despertou a curiosidade da galera. Peguei o
Youtube, tentei parecer calma e perguntei:
- Vocês querem ver um bebê nascendo?
É claro que eles queriam. Bebel queria logo ver uma cesárea,
mas eu não daria conta de assistir sem o risco de desmaiar. Achei uma animação
de um parto normal e começamos por aí. Depois vimos peixes, sapos, répteis,
aves e mamíferos nascendo. Sucesso
total. Nós, os animais, irmanamos na
banalidade e milagre do nascimento.
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