Antigamente, nas aldeias, todo mundo cuidava de todo mundo. Havia
um sentimento de interdependência e cuidado mútuo. A
sobrevivência do grupo dependia dos esforços coletivos para produzir bens, alimentos,
cuidar das crianças e da segurança de todos. Hoje nos centros urbanos, mesmo apertadinhos
nos apartamentos e no trânsito, costuma reinar um cada-um-por-si
Quando preciso sair para trabalhar, pago para alguém cuidar das crianças.
Problema nenhum, exceto que algumas vezes, tive que delegar o cuidado dos
meus filhos para pessoas que não me
deixavam totalmente segura. Quem vive ou viveu o problema sabe que é uma das piores sensações que uma mãe pode ter.
Esse ano foi diferente. Em torno
do problema "gestão do cuidado de crianças", criou-se o sentimento de aldeia entre famílias aqui do prédio. Nasceu um movimento de rodízio para levar e buscar na escola, para uma cuidar do(s) filho(s) de outra para ajudar no cotidiano. O círculo de amizades entre mães e crianças se expandiu melhorando a qualidade de vida de todo mundo. Por sorte e felicidade, achei minha
aldeia nessa selva de pedras.