- Me leva! Me leva! Me leva!
A mãe e a menina olharam espantadas.
Bebel ainda tentou consertar:
- Em cachorrês.
A mãe me corrigiu, falou que era brincadeira, eu concordei, rimos juntas e acabou o assunto.
Depois eu fiquei pensando. Eu criei as crianças em um mundo meio fantástico. Até elas descobrirem que não, banheiro químico não era semente de prédio, carro não era a criança do caminhão, as plantas e animais não tinham opiniões sobre tudo, bem e mal são força da natureza tão físicas quanto pessoas. Achei uma delícia vê-los pouco a pouco aprendendo a distinguir e, ao mesmo tempo, mantendo um olhar divertido e onírico em relação à realidade.
Só que eu preciso aprender a ter cuidado com isso na relação com outras crianças.