João foi um menino de apartamento até o final do ano passado. Natureza. só no clube, devidamente controlada. Quando mudamos para a roça, ele se descobriu.
A primeira etapa da transformação foi ele virar naturista. Virou um custo convencê-lo a vestir roupa quando estava no quintal. Só quando chegavam visitas, e mesmo assim, dependendo da visita.
Aí nós fomos acampar. Vê-lo andando no mato, subindo pedra, nadando em cachoeira foi ver um bichinho no seu habitat. E ele não cansou de surpreender. Perguntou quando ia ser a próxima viagem e se a gente podia pescar. Pescar??!! De onde ele tira essas ideias? Pescar pra que, João? Ele não tinha dúvidas:
- Para não precisar comprar peixe, uai.
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
Você provavelmente leu esse poema na escola e ficou feliz em co-existir com borboletas tão multicoloridas. Eu também. Até o dia que comecei a plantar couves.
As borboletas brancas, tão alegres e francas, botam ovos que viram lagartas gigantes que comem um pé de couve em um dia. Uma vez que disputamos recursos, elas estão do outro lado da fronteira na disputa nós x os outros.
Xô, borboletas brancas!
Xô, borboletas brancas!