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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Os pirralhos


Pirralho é o que chegou por último. Já que tinha um monte de gente antes, o pirralho tem que  observar para aprender alguma coisa. Antes de ir fazendo coisas estúpidas e perigosas por aí. Porque esse é o pirralho sem noção.

Antigamente, eu andava com bandos de crianças e a gente combinava os codinomes. O mais velho era o Pirralho 1. Tem gente que tem preconceito com o termo. Acha que é pejorativo. Eu não. Pirralho é o precavido que sabe que não sabe de nada e tem uma vantagem em relação ao que acha que sabe de tudo.

Ontem recebi um whastapp assinado como Pirralhos 1 e 2.


domingo, 14 de junho de 2020

A necessidade é a mãe da experiência


Explicava como fazer o sanduíche com o que tinha na geladeira e a Bebel me interrompeu:

- Obrigada mamãe. Nós não saberíamos fazer um sanduíche sem as suas tão detalhadas instruções.

domingo, 10 de maio de 2020

Aniversário

Hoje ela vira adolescente. Maior do que eu, toda maturidade e timidez.

Me ensina um monte de coisas, a falar mais baixo, a ser mais disciplinada. Sabe ser sarcástica, tem senso de humor e alguma sabedoria. Do jeito que eu ensinei, melhorada. A gente ri junto, na maioria das vezes.

Tem muito a aprender, mas já veio com mais do que eu tenho para ensinar.

Feliz Dia das Mães


Domingo a tarde, Bebel quentava o sol de inverno. Cheguei perto, encostei e fui ficando até que ela: “Já deu, né?” Eu; “Só mais um pouquinho. Presente de dia das mães”. “Então tá, vai”

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Casos de Restaurante Popular


Sou usuária de Restaurante Popular. Fui com as crianças por necessidade e por vontade. Quem não foi, vá. Para experimentar uma política pública de segurança alimentar que dá certo. Para comer com trabalhadores e estudantes uniformizados, com famílias, idosos, com os ambulantes e a população de rua. A refeição sai a  R$3. 

Comecei a trabalhar lá antes da pandemia e não parou pois são serviços essenciais. Com a Covid-19 muita coisa mudou. Esses casos são de quando as pessoas almoçavam no salão, antes das medidas de isolamento social

Ele tinha a aparência de mendigo de longa data. Ria sozinho a cada colherada que punha na boca.

O casal era da quarta idade. A primeira vez que vi, tomei um susto. Eles dividiam uma bandeja. Avisei a supervisora: “É caso da assistência social?”. Ela riu: “Olha lá”. O casal separou a comida de cada um nas cubas em 2 porções  almoçaram num papo antigo. Um dia eles pediram duas bandejas e toda a equipe ficou atenta. Os dois almoçaram calados, emburrados um com o outro.

Os jovens chegam com o seus parangolés: sacos de doces, pipocas, salgadinhos para vender. O assunto na fila: “tal produto tem mais saída que tal”, “linha do ônibus tal é melhor que a outra”, “ o melhor horário para cada produto”. Gente de negócio.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

A Alga satisfeira

Resultado de imagem para alga marinha




Férias na praia com criança. A meta era virar alga de 1 bilhão de anos. Sol, mar, poucas ondas. Bom para fazer fotossíntese. De vez em quando: “ploc”, soltava uma molécula de oxigênio, de pura satisfação. As crianças vieram junto. Eram as algas brotamento. Cumprimentamos nossos primos algas, musgos e peixes. Demos um alô para as plantas terrestres. Achamos exoesqueleto e devolvemos para o mar, para que o molusco que a perdeu. “Ploc”. Ficamos olhando os primatas barulhentos que estavam na praia. A última vez que estivemos por ali, algumas centenas de anos atrás, eles eram em menos barulhentos. “Ploc, ploc”. Com o tempo, as algas brotamento ficaram entediadas e fomos para uma praia mais agitada. Mar bravo, ondas pesadas. Algas de um bilhão de anos preferem praia mansa. Mas não tem nada nesse mundo que a gente não saiba demais. De repente: “Ploc”, uma alga brotamento fez sua primeira fotossíntese. Satisfeita.