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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Casos de Restaurante Popular


Sou usuária de Restaurante Popular. Fui com as crianças por necessidade e por vontade. Quem não foi, vá. Para experimentar uma política pública de segurança alimentar que dá certo. Para comer com trabalhadores e estudantes uniformizados, com famílias, idosos, com os ambulantes e a população de rua. A refeição sai a  R$3. 

Comecei a trabalhar lá antes da pandemia e não parou pois são serviços essenciais. Com a Covid-19 muita coisa mudou. Esses casos são de quando as pessoas almoçavam no salão, antes das medidas de isolamento social

Ele tinha a aparência de mendigo de longa data. Ria sozinho a cada colherada que punha na boca.

O casal era da quarta idade. A primeira vez que vi, tomei um susto. Eles dividiam uma bandeja. Avisei a supervisora: “É caso da assistência social?”. Ela riu: “Olha lá”. O casal separou a comida de cada um nas cubas em 2 porções  almoçaram num papo antigo. Um dia eles pediram duas bandejas e toda a equipe ficou atenta. Os dois almoçaram calados, emburrados um com o outro.

Os jovens chegam com o seus parangolés: sacos de doces, pipocas, salgadinhos para vender. O assunto na fila: “tal produto tem mais saída que tal”, “linha do ônibus tal é melhor que a outra”, “ o melhor horário para cada produto”. Gente de negócio.