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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A espertinha

João brincava de tambor com um galão vazio de 1,5 litro. Bebel tomou e foi aquela gritaria. Para resolver o problema, o pai trouxe um galão de 2 litros e deu para o filho, que voltou a tamborzar. Bebel, percebendo-se na desvantagem, tomou o galão de 2 litros, devolveu o de 1,5 litro e falou: “Toma João, é igual”.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Presente de Natal

Hoje da manhã, ganhei da Bebel uma folha de papel muito bem cortada e dobrada no meio:
-"Toma mamãe. É um computador para você! Desenha os números?"
Desenhei letras, números e as principais teclas. Ela deu falta do Touch Pad e pediu:
-"Desenha também aquele de remexer?"

A filha da exagerada

" Mamãe, compra aquele biscoito mais delicioso do universo?"

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro

Vim pro Rio. Deixei prole e problemas e vim visitar uma amiga muito querida. Só que ela trabalha o dia inteiro hoje e eu fiquei de bobeira, tomando caipivodka em copacabana. Caminhei, entrei no mar, deslumbrei-me com a vista. Liberdade desse tipo é delícia e dor. Bom é escutar e registrar os próprios pensamentos quando eles tem disponibilidade para ir onde quiserem. Ruim é a vontade ancestral de conversar com alguém.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dançar é bom!

Mulheres modernas demais não sabem dançar direito. Eu, por exemplo...

Depois de várias tentativas frustradas de assistir Tropa de Elite, estava abandonada por uma amiga menos de uma hora antes do filme. Caminhava cabisbaixa pensando se ia ao cinema sozinha ou ia p casa comer chocolates. Passei na frente de uma escola de dança de salão e subi. A dança tem seus ritos e técnicas. É prazer, é preliminar, é desejo e pode ser até manifestação de amor. A escola de dança de salão mercantiliza a premissa básica, mas os elementos arquetípicos estão lá nos movimentos dos dançarinos.

Dançar é uma habilidade útil, assim como cozinhar e costurar. Traz vantagens sociais e estéticas. O step que eu fazia disciplinadamente não é dança, é esporte para condicionamento cardiovascular e melhora do tônus. Não tem poesia nenhuma. Ruim mesmo foi cair de maduro na aula e ficar o mês todo de molho, sem minha dose habitual de endorfinas.

Resumo da ópera é que, terça, oito da noite, entrei em uma escola de dança de salão. Fiquei sentada na cadeirinha das encalhadas até um professor me chamar para uma aula experimental, ocasião em que aprendi que mulheres modernas demais não são boas parceiras de dança. Queremos dar uma de homem. Em minha defesa só posso dizer: é ignorância mesmo. 

Dança de salão é deixar-se ser conduzida sem ansiedade, sem feminismo. É metáfora de uma anterior ordem biológica e social.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Dialeto do João 2

ÚÚÚÚX! (Luz! Pára de me atrapalhar de acender e apagar a luz!!)

IIIIX- xis! outra foto!

Tim-tim: Tim-tim mesmo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dialeto do João

Com um ano e meio, Bebel se comunicava com relativa proficiência e tinha um vocabulário e dicção bem melhores que do João na mesma idade. Ele, por outro lado, tem bem mais destreza física e atualmente acompanha a irmã, quase de igual para igual, nos parquinhos, escadas, escorregas e pula-pulas da vida.

O vocabulário dele é pequeno mas abrange quase tudo que o interessa. Suas primeira palavras foram ca-ôô (carro) e õm-us (ônibus). Depois papai, mamãe e ba-bá (Bebel). Hoje seu vocabulário inclui:
- au-au (cachorros, gatos e animais assemelhados como cavalos, por exemplo)
- ôôôôu (gol, ou seja, todas as bolas do mundo)
-co-có (todas as aves do mundo)
- pé (sapo, que não lava o pé)

Ele entende muito melhor do que fala. É engraçado ir traduzindo o seu dialeto e percebendo as associações que são feitas na sua cabeça de (já) menininho.

Ai de mim que um dia não vou ter mais bebês para cuidar.

Interesse autêntico

A visita ligou para Bebel:
-"Ei, você quer vir na minha casa?"
-"Não."
-"Mas eu comprei um brinquedinho tão legal para você"
-"Faz o seguinte. Vem na minha casa, traz o brinquedo e depois vai embora"
O pior é que não consegui segurar a gargalhada.

domingo, 5 de dezembro de 2010

João e a mamãe

Essa semana João aprendeu a falar um mamãe bem redondinho e intencionado. De noite no berço, entre dormindo e acordado ele treina as diferentes entonações: "mamãe? mamãããi! mamãe, mamãe, mamãe, mamãííííí". Só não é tão lindo às 5:45 da manhã, o resto do tempo é de alegrar o coração.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Reunião da escola

Final de semestre tem a temporada de reuniões da escola. Na minha parcialidade materna, acho que meus filhos são o que há de melhor no mundo em matéria de crianças. As professoras sorridentes falam que os alunos são ótimos, lindos, inteligentes e tal. O que eu não esperava era ser chamada pelas professoras dos dois num canto para um elogio especial a cada um. (Se for técnica de marketing, eu caí direitinho).

João foi elogiado por sua independência e iniciativa, Bebel por sua sociabilidade e inteligência. Adoro ser elogiada por um bom trabalho profissional e por não ser esteticamente prejudicada, mas bom mesmo é escutar que estou educando direito os meus filhos. Eles ajudam.

Bebel vai na oficina

O carro cometeu o seu estrago anual e fui com Bebel no mecânico. Expliquei para ela que o carro tinha ficado doente e que a gente ia ao hospital dos carros. Como a oficina estava vazia, ficamos por lá enquanto o mecânico fazia o diagnóstico e o orçamento. Bebel viu que muitos carros estavam com o capô aberto, amassados, sem rodas, doentes mesmo.  O mecânico veio dar a facada (ops, orçamento) e Bebel perguntou: "Esse é que é o médico do carro?". Acho que tive um desconto.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ajuda da Bebel

Eu estava manobrando para estacionar. Bebel falou:
- "Se você tiver algum ploblema, é só me falar que eu ajudo"
Ufa! Ainda bem...

sábado, 27 de novembro de 2010

Gabi e Bebel

Era uma vez duas meninas
que brincavam de
fada, princesa,
mamãe, filhinha,
médica, cozinheira...

Eram irmãs
de coração
de ser menina
de ter três anos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O primeiro amor do João

Quando João tinha menos de 1 mês e Bebel menos de 2 anos, eu estava sem empregada, babá, diarista ou outra mulher para me ajudar na gestão doméstica. Acordava todos os dias e parecia que o Katrina tinha passado pela casa. Tinha vontade de chorar o dia inteiro para ver se alguma coisa acontecia. Ajoelhei, rezei e pedi proteção ao que está além da minha vã filosofia.


A Grande Mãe deve ter me ouvido pois mandou Solange vir trabalhar comigo. Ela virou uma amiga, ama meus filhos e faz o trabalho de casa com uma sabedoria que eu não tenho. Agora deu a notícia. Vai fazer outro empregador feliz com a qualidade do seu trabalho. Sofri, pedi para ela voltar pra mim, mas não teve jeito. A vida tem disso.

Ruim para mim, pior para o João. Ele ainda está com aquela cara de Adão antes do pecado original, sem saber o que o espera a partir da semana que vem. O pobrezinho vai perder o seu primeiro amor, infelizmente não o último. Pobre de nós que a qualquer momento podemos ter o coração partido....

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O olho do pirata

-"Mamãe, por que o pirata tem olho de vidro?"
-"Porque o olho dele caiu, ploft, e ele colocou um de vidro no lugar"
Ela pensou um pouquinho:
-"O olho esquerdo ou o olho direito?"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sonho de Bebel

Hoje Bebel acordou toda beijos e abraços e falou de um sonho lindo. Perguntei o que ela tinha sonhado, que respondeu, surpresa: "mas você tava lá, mamãe". "E o que eu estava fazendo?". "Contando história do livro da lua". Ganhei o dia.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vovó Totonha

A mãe da minha avó era a Vovó Totonha. Ela morreu quando eu tinha 7 anos e lembro de uma velhinha bem velhinha que morava numa casa com quintal familiar. A lenda dizia que vovó Totonha era descendente de um Barão. Casou-se com um grande amor e viveu em estado de felicidade por muitos e muitos anos. Quando jovem, meu bisavô saía para trabalhar muito cedo. Antes disso, enrolava a esposa nos longos cabelos dela e a carregava, adormecida, até a casa da mãe.

Um dia sonhei com ela. Havia uma festa em sua casa, onde estavam presentes muitas pessoas, algumas eu conhecia, outras não. Vovó Totonha estava lá, velha, linda e muito iluminada. Coloquei os trisnetos no colo dela. Havia outras crianças na casa em ambiente de paz. Acordei repleta de felicidade e liguei para minha mãe e avó para dividir. As duas me falaram que vovó Totonha era pessoa que gostava da cantar, de contar piadas e viveu uma vida longa e boa. A despeito do meu cartesianismo e para mais do que compartilharmos o mesmo DNA mitocondral, senti que ela nos protege, em um plano além da minha vã filosofia.

sábado, 20 de novembro de 2010

Mãe solteira

Em setembro de 2010, o pai das crianças e eu nos separamos. Foi um casamento lindo e profícuo que durou 12 anos e acabou virando uma parceria bem bacana para cuidar e educar os filhos.

Separar é uma merda. Pior é brigar as mesmas brigas eternamente. Os desafios imediatos são não traumatizar a criançada, uma de 3 e outra de 1 ano com questões que dizem respeito aos adultos e reconfigurar a idéia de família.

Explicamos que agora tem a casa do papai e a casa da mamãe mas que os dois estarão sempre perto e disponíveis para os filhos. E é o que tem acontecido.

A guarda ficou comigo mas é exercida de forma compartilhada. O pai é generoso com a pensão e ajuda quando eu preciso viajar a trabalho. Eu não sou chata implicante com o movimento natural dele de buscar se acasalar novamente.

Falando assim, separação parece rosas. Não é. Todos ficamos mais pobres. A convivência das crianças com o pai diminuiu. Eu fiquei sobrecarregada e é difícil para mim equacionar a vida de solteira e as obrigações de mãe: acordar cedo, cuidar e educar de perto, trabalhar e gerir a casa sozinha. Mas compensa.

É a primeira vez na vida que eu me viro sozinha. Sempre fui a pessoa de referência do domicílio (segundo critérios do IBGE) mas agora é diferente. A responsa é toda minha, para bem e para mal.

Que venha o futuro!

sábado, 3 de julho de 2010

Bebel aprendendo

"Bebel, que roupa linda! Me empresta?","Agora não. Ela precisa crescer antes"

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bebel aprendendo a falar

1 ano e 10 meses. Enquanto assistia a um vídeo dela mesma correndo atrás de uma bolinha , gritou: “Corre, Bebel!”

2 anos. “Bebel, me dá o seu dedinho?”. “Me dá.”

Bebel 2 anos. Procurávamos um brinquedo sumido. Perguntei retórica:” Cadê o brinquedinho?”. “Foi trabalhar.”

2 anos. Bebel conjuga os substativos no plural ,mas não os artigos, então é : “O dedinhos, a bolinhas”, num S muito caprichado.

2 anos: “Bebel, calçou o sapato?”, “Calcei.”, “Fez xixi?”, “Fazei.”

2 anos e 5 meses: “Bebel, fez xixi?”, “Fiz”, “Deu descarga?”, “Di”

Bebel, aos 2, sempre recomenda que eu dirija bem devagarzinho. Provavelmente aprendeu na escola uma vez que eu só dirijo em ruas movimentadas na velocidade do trânsito, uns 40/60 km por hora. Mesmo assim ela fala: “Devagarinho mamãe, pesado não”.

“Bebel tem 2 aninhos. E você, mamãe?”, “32”, “Igual eu.”

“Qual é o seu legume preferido, Bebel?”, “Batata frita”. Pensei; “Da mamãe também, filha”.

Aos 2 anos puxou assunto sobre super-heróis sem que nunca tivéssemos conversado sobre isso. O Hi-5 já tinha apresentado o tópico. Perguntei o que era super-herói. “È o que fica com uma mão para cima”. “E o que eles fazem?”,”Dançam.”

2 anos e 2 meses. “Bebel, espera um pouquinho. Depois que acabar aqui, a mamãe vai ficar abraçadinha com vocês”, “Abraçadinha não! Brincando.”

2 anos e 2 meses: “Bebel, vamos comprar uma cadeirinha para o João passear de carro igual grandinho”, “Igual duas Bebéis”.

2 anos e 3 meses. “Bebel, vamos dar esse danoninho para o João?”. Ela coloca o potinho no colo dele. “Ele é muito pequeno. Você quer dar danoninho na boca dele?”, “Eu não. E você?”

2 anos e 4 meses. Bebel comia um danoninho e João fez ela derrubar um pouco na perna. Ela começou a chorar um draminha: “O danoninho distraiu, mamãe”

Bebel 2 anos e 5 meses. “Eu não cabeu na cadeirinha do João.”, “ Eu não coube. Você coube?”, “Quibe”.

“Deu para a vovó, Bebel?”, “Di.”

100% das vezes, Bebel corrige se eu me refiro ao João como lindão, tutuzão.

Bebel tornando mais engraçada a tarefa de limpar uma calcinha encocozada: “Olha no vaso! A mamãe cocô e os filhos cocozinhos”.

Passavamos de carro pelo lava-rápido, e Bebel pediu: “Vamos lavar o carro?”,”Hoje não. A mamãe não tem dinheiro.”Ela fez uma cara amuadinha: “Todo mundo tem dinheiro. Só a mamãe que não”.

2 anos e meio. “Quem tocou a campainha, mamãe?”,”O jornal.”, “Sozinho?”

“Bebel, que cor é o seu cabelo?”, “Cor de rosa, igual o da mamãe”

“Mamãe, abúta (abotoa)?”

2 anos e 7 meses. Bebel encenava a história da Dona Baratinha. O sapão propõe casamento e mostra o barulho que faz à noite. D. Baratinha odeia o barulho e fala: “Eu não quero se casar com você”.

2 anos e 7 meses. Bebel brincava com os Backyardigans: “Venhem coleguinhas!”

sábado, 19 de junho de 2010

Ensinando o perigoso

O mundo real é muito mais interessante que o mundo asséptico de muitas crianças "privilegiadas". Tenho duas crianças com menos de 3 anos, ainda sem muita noção dos perigos que estão à sua volta. Incentivo os dois a explorarem o ambiente onde vivem: que abram gavetas, portas, vejam o que tem atrás da TV, do armário, que corram e subam no alto.

Os perigos mais perigosos como cortantes e químicos são trancados fora do alcance. O "PST NÃO" é para chamar a atenção em vez de aterrorizar.

 O resto todo faz parte da brincadeira e os brinquedos ficam em lugar de fácil acesso. Mesmo sob supervisão e cuidado, explorar  envolve risco como dedinhos presos, cabeçadas, tropicões e outras vicissitudes que a médio prazo ensinam mais do que doem.

Na medida do interesse deles, vou ensinando sobre talheres, quente/frio, alto, carros, tomadas, quinas, etc. Não ignoro os perigos envolvidos, mas acredito que ensinar habilidades (e mais tarde responsabilidade) para lidar com perigos e aventuras faz pessoas mais interessantes. Muito melhor que blindar com papel bolha.