Sábado as crianças vão passar uma semana na casa da avó. A expectativa já está criada há meses. Bebel está contando os dias e manda mensagens diárias para ela contando o que está comendo, o que está fazendo, o que quer fazer quando chegar lá. De uns tempos para cá tem anexado imagens, vídeos e áudios nas mensagens para ela, mandando minha conta de celular para a estratosfera. Deixo porque é bonito de ver e bom para todo mundo.
A pediatra das crianças falou uma coisa que me surpreendeu e é verdade.Uma boa relação com as avós além de saudável para toda a família, desperta um "senso de caridade". Bons filhos e netos cuidam dos parentes idosos, mas fazer isso para além de obrigação e culpa, só acontece para quem sente que está só retribuindo uma coisa boa que recebeu.
Minha avó ajudou a cuidar de mim e dos meus irmãos. Hoje aos 83 anos, mora sozinha e às vezes saimos juntas. Comecei a chamar ela para almoçar aqui em casa e ela vem ficando as tardes que não temos atividades fora. A convivência é tão tranquila que deixei ela com as crianças uma tarde para ir ao supermercado, ela cuidando dos meus filhos, meus filhos cuidando dela. Outro dia, conversou pelo skype com minha irmã e meu sobrinho que moram no exterior. Não teria gostado tanto se viajasse na Interprise. Em novembro volto para o grupo de estudos que parei de frequentar quando as crianças passaram a estudar de manhã. Ela vai ficar com os bisnetos. Agradeceu tanto que eu nem soube direito como falar que o privilégio é todo meu, da Bebel e do João.