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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Como fazer o dia durar mais tempo





 


A viagem de trem estava prometida há muito tempo. Saímos às 7:30 da Estação Central para a Estação Dois Irmãos em Barão de Cocais. O grupo de amigos estava equilibrado:  3 adultos e 3 crianças; 3 meninos e 3 meninas.  Chegamos às 9:02 em ponto.



Na Estação, perguntei para o guarda e para a zeladora se eles indicavam um motorista para nós.  Eles me deram o telefone de um, liguei e em 10 minutos ele nos buscou. Na conversa com as pessoas da cidade que estavam por ali, recebemos algumas dicas. 







 Fomos para Cocais ver o Sítio Arqueológico de Pedra Pintada, a 3,5 km de Barão de Cocais. Trata-se
de uma propriedade particular. A família, que mora no local, nos recebeu com hospitalidade. Modesto nos acompanhou pelo percurso e deu aula sobre as pinturas rupestres que datam 10.000 anos .  São 122 pinturas feitas com pigmentos minerais em várias tonalidades: amarelo, laranja, vermelho, marrom, preto. O primeiro a identificar o valor cultural dessas pinturas foi Peter Lund.

Guardado por abelhas, o caminho leva a três painéis, onde tem principalmente desenho de  animais e marcas que podem ser para contagem, comunicação. O último painel é a representação de um parto de cócoras.  Segundo o site do Sítio Arqueológico de Pedra Pintada: a localização das pinturas descarta um objetivo ornamental.  O local apresenta características ritualísticas e não parece ter sido usado para moradia no passado.
 

Almoçamos meio dia. Com crianças, é melhor seguir certos horários, mas se fôssemos só adultos, eu preferiria almoçar  4 da tarde. A indicação do restaurante foi certa: Comida caseira, ambiente gostoso. Fomos fazer a sesta em uma das cachoeiras de Barão de Cocais. O  critério de escolha foi menor tempo de caminhada e maior segurança para as crianças. A tarde foi agradável, com sol, sombra e  água fresca.


 ÀS 16 da tarde o motorista veio buscar a gente e nos deixou na porta da Igreja de São João Batista, 1° projeto arquitetônico de Aleijadinho, cuja construção começou em 1764. O canto das devotas me fez "lembrar" do canto das pessoas que frequentaram o local do sítio arqueológico.  Não sei se fiquei observando os santos e anjos barrocos ou se eles é que me observaram. Senti paz de espírito e acolhimento. Voltamos a pé, em caminhada de 25 minutos no final da tarde. Fomos acompanhados por uma cadela que recebeu até nome.

Na rodoviária, o furdúncio de sempre. Um pagode esgolelava no bar da frente e o Lepo-Lepo no bar de trás, competindo pela clientela. Ficamos entre arriscar a passagem de volta de trem e comprar a de ônibus e preferimos o certo ao duvidoso. Felizmente tinha espaço para as crianças correrem em segurança nos 50 minutos que antecederam a chegada do ônibus às 19:00. Chegamos em BH às 22 horas.  A sensação geral é que tínhamos vivido uma aventura que durou muito mais tempo do que a metade do dia que dedicamos a ela. Recomendado.