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sexta-feira, 21 de junho de 2013

As manifestações

Mantenho as crianças informadas sobre as manifestações que estão acontecendo. Que um grupo de jovens reclamou do preço da passagem e foi para as ruas, que mais e mais pessoas foram juntando até virar milhares e milhares. Cada pessoa vai na rua com uma plaquinha pedir, reclamar, exigir, querendo mudar alguma coisa. A Polícia Militar é instituição respeitada na família. Em algumas histórias para dormir, policiais costumam ser heróis. Contei que, existem policiais malvados que machucam as pessoas e que pessoas malvadas que vão para a rua para roubar, quebrar, brigar. Aí dá briga, confusão, machucados, quebradeira. Não entrei na questão do governo, política e alienação ainda.

Bebel perguntou:
- E a sua plaquinha, mamãe?
Mesmo tendo dado aula sobre o tema a semana inteira, tive que parar para pensar:
- Educação gratuita de qualidade. Porque a sua educação é de qualidade mas não é gratuita e a educação de algumas crianças é gratuita mas não é de qualidade. Cada um, estudante, família, professores  e muitas e muitas pessoas do governo tem que fazer um pouco para ter isso.

Voltando para casa depois de um dia de trabalho, o finalmente da manifestação de quinta me pegou na Praça da Estação às 23:15. Um grupo de 15 meninos de 17 a 30 anos sentou na rua impedindo o trânsito. A pauta: "Eu pago R$3,20 se liberar o 4:20". Os "prejudicados" éramos eu, 2 ônibus, um taxi, um carrão com um gordo que diminuiu no volante e motos. Mais e mais carros e ônibus paravam atrás de nós. Esperar a polícia? Esperar os manifestantes cansarem? Desci do carro com 15 cm de salto e falei no mesmo tom de voz que uso com meus filhos:
- Meninos. Sou professora e estou voltando do serviço, cansada e quero chegar em casa logo. Vocês dão licença?
Corri o risco de uma pirraça coletiva, mas não foi isso que aconteceu. Pacificamente, eles levantaram e foram embora. Um ou outro até falou: "Desculpa aí, tia". Esse foi o meu primeiro contato in loco com as manifestações. Como todos, estou surpresa e impressionada. Perguntando-me como contribuir. Dar aulas e educar pessoas sobre o tema é ,com certeza, um privilégio.