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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vovó Totonha

A mãe da minha avó era a Vovó Totonha. Ela morreu quando eu tinha 7 anos e lembro de uma velhinha bem velhinha que morava numa casa com quintal familiar. A lenda dizia que vovó Totonha era descendente de um Barão. Casou-se com um grande amor e viveu em estado de felicidade por muitos e muitos anos. Quando jovem, meu bisavô saía para trabalhar muito cedo. Antes disso, enrolava a esposa nos longos cabelos dela e a carregava, adormecida, até a casa da mãe.

Um dia sonhei com ela. Havia uma festa em sua casa, onde estavam presentes muitas pessoas, algumas eu conhecia, outras não. Vovó Totonha estava lá, velha, linda e muito iluminada. Coloquei os trisnetos no colo dela. Havia outras crianças na casa em ambiente de paz. Acordei repleta de felicidade e liguei para minha mãe e avó para dividir. As duas me falaram que vovó Totonha era pessoa que gostava da cantar, de contar piadas e viveu uma vida longa e boa. A despeito do meu cartesianismo e para mais do que compartilharmos o mesmo DNA mitocondral, senti que ela nos protege, em um plano além da minha vã filosofia.