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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Solidão Palavra

Estar só é estar comigo. É ter tempo para prestar atenção no que me habita e fazer alguma coisa com isso, mesmo que nada, mas geralmente ler, escrever, movimentar.

Solidão é a presença de uma ausência que dói. É vontade de estar junto, não ter ninguem nem a perspectiva de um alguém. Domingo chovia e eu estava solitária num hotel de paredes brancas em uma cidade distante. Sem os barulhos da internet e Tv que enchem os espaços solitários.

Nelson Rodrigues fez companhia até a soneca pós almoço. Acordei no início da noite sob forte chuva, o que inviabilizava uma corrida endorfínica. Aí doeu. A perspectiva das horas que viriam dava angústia. As escolhas irremediáveis foram necessariamente lamentadas. A esperança que me acompanha praticamente  desapareceu. Não conseguia falar com meus filhos, que talvez sentissem a minha falta. Na hora mais fundo do poço recebi um telefonema amigo que deu certo alívio. Dormi benzodiazepínica para acordar cedo e correr, correr, trabalhar, trabalhar. Para fugir do sentimento, mas sem esquecer dele.