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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ensinar e aprender


Sou educadora por vocação e profissão.

Abre parênteses. Outro dia, o mecânico, querendo puxar conversar perguntou em que eu trabalhava. Disse que era professora e ele emendou: “professora de verdade ou de criança?”. Senti raiva e pena de nós brasileiros que, como coletividade,  não damos o devido valor para as pessoas que trabalham na educação infantil. 57% das crianças brasileiras de até 5 anos não estão na escola na época em que os cérebros e as curiosidades estão no máximo do seu potencial para transformar em habilidades todas as aptidões natas. Fecha parênteses.

O semestre letivo na faculdade onde trabalho começou com as expectativas de sempre. Dou aula para o primeiro período de cursos que recebem a nova classe média, pessoas motivadas, batalhadoras e que estão mudando a cara do país. Chegam as meninas com seus longos cabelos lisos, arrumadíssimas mesmo depois do expediente, assim como os rapazes com penteados que o João chama de tubarãozinho. Chegam os adultos, homens e mulheres retornando ás salas de aula depois de muitos anos de mercado de trabalho, abrindo mão da convivência com as famílias para dar exemplo para seus filhos.

Para mim, não tem nada melhor. Preparar as aulas, atualizar conhecimento, trocar experiências, aprender coisas como kanban, wms, logística reversa e outras coisas que não estão nos livros de psicologia. Damásio falou que se dedicamos 2/3 de nossas vidas a fazer o que nos dá prazer, não somos escravos. Pois é. Meu trabalho me liberta.